Depois de tanta luta, de campanhas fundadoras e transformadoras como “quem ama não mata”, de tantos debates sobre a impertinência do argumento de legitima defesa da honra, foi preciso esperar até hoje, 1 de agosto de 2023, para que o Supremo Tribunal Federal (STF) determinasse ilegal o uso deste argumento por advogados na defesa de assassinatos de mulheres. Ainda teremos de lidar com uma desigualdade residual que insiste em culpabilizar a mulher da sua própria morte, pois isto está entranhado na cultura institucional e segue difundido pela mídia, que se revitaliza no sensacionalismo policial.

A regulação das big tech deve voltar à pauta do congresso Nacional em breve, é o que promete o relator do PL 2630, Orlando Silva, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. Por isso trazemos um texto para atualizar a militância sobre a tramitação, os defensores e opositores do projeto e, mais importante, discutir a importância da regulação das plataformas digitais e o impacto que as grandes empresas de tecnologia têm na democracia, destacando o acesso desigual à internet, o potencial de manipulação das notícias falsas e a necessidade de responsabilização das empresas. Também detalhamos aqui os escândalos envolvendo o uso indevido de dados pessoais pelas redes sociais. No nosso ponto de vista, a regulação proposta na PL 2630 é o mínimo que podemos fazer para conter o caos e garantir a transparência nas plataformas.

Audiência de continuação previa o pronunciamento do Governo de Pernambuco e da Prefeitura de Recife sobre a efetivação de políticas públicas de combate ao feminicídio, transfeminicídio e lesbocídio, mas gestores não apresentaram nada concreto.

A mortalidade materna no Brasil é um problema complexo que requer uma abordagem crítica e atenção especial. As desigualdades socioeconômicas, raciais e de gênero, juntamente com a falta de acesso aos serviços de saúde adequados, contribuem para esse cenário preocupante. É fundamental lutar por políticas que garantam o acesso igualitário aos direitos reprodutivos e promovam a saúde e o bem-estar das mulheres. Baixe o texto completo em PDF para aprofundar sua compreensão sobre a mortalidade materna e contribuir para essa importante discussão.

Apesar da democracia estar melhor estabelecida depois das últimas eleições, o crescimento da extrema-direita na América Latina nos desafia a aprofundar as reflexões para avançar, teórica e politicamente, na construção de uma democracia mais larga, uma democracia em que finalmente caiba quem dela sempre esteve excluída.

Ao mesmo tempo que os elementos da conjuntura colocados pelas palestrantes se mostraram desafiadores a nível global, elas expuseram a potência do feminismo e o medo que os inimigos tem de nós!

Hoje, embora a pauta da prevenção e do enfrentamento à violência contra as mulheres esteja amplamente difundida socialmente, os números seguem altíssimos e revelam uma realidade ainda mais alarmante: a realidade melhorou para as mulheres brancas e piorou para as mulheres negras; o Brasil é o país que mais mata mulheres trans no mundo. O que há por trás desses dados? Qual o papel das políticas públicas nesse contexto? Qual a responsabilidade dos movimentos feministas nesse cenário? 

Depois do filme sobre Lenira Carvalho ter circulado em diversas cidades do Brasil e em capitais de países na Europa, convidamos Sophia Branco, uma das diretoras do filme, para contar sobre a recepção dessas exibições e as reflexões trazidas pelo público depois de assistirem o documentário. Sophia traz neste texto as considerações de muitas mulheres que são ou foram trabalhadoras domésticas, de filhas e filhos de trabalhadoras e ex-trabalhadoras, assim como de mulheres migrantes que viajam para Europa em busca de melhores condições de vida, mas acabam precisando viver nas casas onde trabalham. O filme provoca emoções fortes, porque revela nas palavras pedagógicas da nossa companheira Lenira as feridas sociais que persistem desde a invasão colonial.