No último dia das namoradas, 12 de junho, tivemos mais uma Ação Cultural Feminista! Dessa vez um arraial com direito a rala bucho feminista e uma conversa incrível sobre o amor.
|Texto: Lara Buitron | Fotos: Lara Buitron | Comunicação SOS Corpo
“Porque o erótico não é sobre o que fazemos; é sobre quão penetrante e inteiramente nós podemos sentir durante o fazer. E uma vez que saibamos o tamanho de nossa capacidade de sentir esse senso de satisfação e realização, podemos então observar qual de nossos afãs vitais nos coloca mais perto dessa plenitude.”
Audre Lorde.
No mesmo dia em que Arthur Lira aprovou a urgência do PL da Gravidez Infantil, mostrando que os homens cis brancos não tem sequer coração, quanto mais amor dentro dele, nós, do SOS Corpo – Instituto Feminista para a Democracia, absolutamente insubmissas, estávamos conversando sobre AMOR! Um amor incendiário, revolucionário, que extrapola o desejo sexual, mas encontra morada na compaixão e na solidariedade.
Subversivas que somos nossa roda não poderia ter sido diferente, ardeu em paixão e descambou em um forró e muita vontade de conversar mais e mais sobre o que é exatamente o amor, como ele se manifesta em nós e na sociedade e como é importante subvertê-lo dentro de uma perspectiva feminista, anticapitalista e antirracista. A partir de pequenos trechos de pensadoras feministas sobre o amor as pessoas foram convidadas a partilhar um pouco, seja da dor que carrega corpos insubmissos
O amor vencerá! Não o amor romântico, da dominação, mas o amor cheio de liberdade e libertinagem, do cuidado compartilhado com todo mundo, da solidariedade mútua. O amor que desenvolve a potência que as relações amorosas podem ter na nossa própria experiência enquanto seres humanos e enquanto sociedade. A sua potência de subverter a lógica que nos oprime.
“A condição de mulher na cultura patriarcal nos marca, desde o princípio, como seres sem valor ou com menor valor e, portanto, não surpreende que, como meninas, como mulheres, aprendemos a nos preocupar, sobretudo, com saber se somos dignas de amor.”
bell hooks.
São João tá chegando, o balão vai subindo e a sanfona vai gerando! Por isso mesmo que não poderíamos deixa de ter nosso arrasta pé, comandado pela maravilhosa Amanda Ganimo e sua banda e com a participação surpresa super especial de Deybson de Oxalá do Quilombo do Catucá pra tocar um coquinho de leve pra gente.
Além da sanfona comendo solta a gente teve também, como não poderia faltar em uma festa junina e, muito menos, em um dia para celebrar o amor, um correio elegante muito emocionante. Amantes, namoradas e namorados, mães, sobrinhas, tias, companheiras de luta e de trabalho se presentearam com declarações de amor de deixar olhos marejados e rostos corados.
Celebremos também o amor como força revolucionária!
O desejo por comunhão existe no corpo. Não é apenas por razões estratégicas que se reunir é um ato que esteve no cerne de todo movimento por mudança social […]. Essas reuniões eram em si a realização de um desejo que reside no âmago da imaginação humana, o desejo de nos colocarmos em comunidade, de fazer da sobrevivência um esforço compartilhado, de experimentar uma reverência palpável nas conexões uns com os outros e com a terra que nos sustenta.
Susan Griffin
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