SOS Corpo promove o primeiro Diálogos Por Justiça Reprodutiva

Realizado pelo SOS Corpo no último dia 19 de junho, em Recife, os Diálogos Por Justiça Reprodutiva reuniu mulheres de diferentes movimentos sociais, coletivos, redes, sindicatos e organizações para debater as dimensões da vida social que envolvem a justiça reprodutiva, as conquistas, avanços e desafios em torno da luta

| Texto de Fran Ribeiro | Fotos: Lara Buitron| 

Na noite da quarta-feira, 19 de junho, no auditório do Sindicato dos Bancários, no Centro do Recife, mulheres de movimentos sociais, coletivos, redes, sindicatos e organizações diversas, estiveram reunidas no Diálogos Por Justiça Reprodutiva, atividade promovida pelo SOS Corpo Instituto Feminista para a Democracia. 

Coordenada pelas pesquisadoras e educadoras do SOS Corpo Talita Rodrigues, Natália Cordeiro e Betânia Ávila, a atividade teve como objetivo aprofundar reflexões a partir de diferentes sujeitos políticos sobre o conceito de Justiça Reprodutiva, a partir do acumulado da luta por Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos. Atentas às eleições municipais que acontecem em todo o Brasil no segundo semestre, o Diálogos Por Justiça Reprodutiva surge com o intuito de promover um espaço de debate sobre como o conceito atravessa a vida das mulheres, meninas e pessoas que gestam, bem como entender quão crucial as eleições são para a garantia dos direitos reprodutivos, de maneira ampla. A atividade recebeu o apoio da Fundação Heinrich Böll.

Um panorama do acumulado e contexto no Brasil sobre a ideia de Justiça Reprodutiva foi introduzido por Talita Rodrigues. A pesquisadora destacou como esse conceito tem ampliado a discussão em torno da reprodução da vida, abrangendo direitos sociais, direitos econômicos, humanos, culturais, inclui acesso a políticas públicas de trabalho e renda, saúde, educação, moradia e segurança pública, e ainda tensiona as construções e cristalizações em torno do trabalho produtivo e do trabalho reprodutivo.

Pensar Justiça Reprodutiva como dimensão da vida reprodutiva, de acordo com Talita Rodrigues, é fazer também os enfrentamentos às tentativas de controle patriarcal aos corpos das mulheres, crianças, pessoas que gestam e dissidências de gênero. Ao trazer a Justiça Reprodutiva para o centro do debate, coloca-se luz sobre as desigualdades de gênero, raça, território, geração, identidade de gênero e orientação sexual.

Depois deste momento introdutório, representantes de movimentos feministas com atuação no campo dos Direitos Sexuais e Reprodutivos foram convidados a compartilhar experiências em torno da luta e sobre como seus movimentos têm dialogado internamente sobre Justiça Reprodutiva. 

Apresentaram as experiências Daniele Braz, pela Rede de Mulheres Negras de Pernambuco; Luka Lins, pela Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas; Cecília Cintra, pela Marcha Mundial de Mulheres; e Elisa Aníbal, pelo Fórum de Mulheres de Pernambuco. As explanações foram seguidas por debate, onde as pessoas presentes puderam tecer comentários e apresentar proposições que possam fortalecer a luta por Justiça Reprodutiva na cidade.

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