Améfrica Ladina: Povo se escreve com o o corpo!

[PUEBLO SE ESCRIBE CON EL CUERPO]

Hoje nós, dezenas de feministas, ocupamos a praça pública com cores de xita, roxo e alegria. Apesar da preocupante situação pela qual passa a América Latina, nos encontramos nos abraços de solidariedade e aconchego, que dão forças. Quanto de violência cabe numa democracia até que ela perca sua qualidade democrática?

Começamos com a companheira Clyde Soto, paraguaia, coordenadora da organização Centro de Estudos e Documentação nos falar da expansão da ultra direita em seus territórios, e da aliança do Partido Colorado com narcotráfico e lavagem de dinheiro que os levou a ganharem as últimas eleições presidenciais – ligação essa que existe desde 2012, quando houve um golpe parlamentar que destituiu o único governo de esquerda que o país teve em 70 anos, mas piorou agora.

Beatriz Quintero, diretora da RedLat.

Na Colômbia, quinto país do continente a legalizar o aborto, em 2022, Beatriz Quintero, diretora da RedLat, nos contou como o conceito de liberdade tem sido transformado numa causa fascista, a partir de uma de uma descrença no sistema democrático e de uma inversão do sentido de direitos e de cidadania conquistados com a legalização do aborto.

Do Chile, escutamos a companheira Francisca Perez Prado lamentar a confiança que ainda temos nos espaços institucionais. Não apenas a rejeição da nova Constituinte por 80% da população chilena é icônico, mas a prisão da líder mapuche, Elisa Loncon, eleita presidenta da Constituinte chilena é um símbolo de como as lutas do movimento social não cabem no espaço institucional. Ela nos levantou a seguinte questão:

“Como consolidar nossas conquistas? Como formalizar e materializar o local de construção das nossas utopias?”

Francisca Perez Prado

O evento contou ainda com falas de Elisa Aníbal, coordenadora da Articulação de Mulheres Brasileras e educadora do grupo Curumim – gestação e parto, organização feminista sediada em Recife; Liydia Daptnhe Cuevas Ortiz, da organização Equidad de género, ciudadanía, trabajo y familia AC, que veio diretamente do México; Mariana Soledad Pérez, que trabalha no Ciscsa: Ciudades Feministas, sediada na Argentina. A mediação ficou por conta de Miriam Gonzalez, da organização paraguaia Centro de Documentación Y Estudios (CDE), organização parceira do SOS Corpo na realização do evento, e de Analba Brazão, educadora do SOS Corpo.

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