Fontes e Veredas reflete sobre desigualdades no acesso à água pelas mulheres

Educadoras participantes do Fontes e Veredas. Foto Fran Ribeiro/SOS Corpo

Nos dias 8 e 9 de agosto, o SOS Corpo Instituto Feminista para a Democracia realizou mais uma edição do curso Fontes e Veredas, com o tema “Água e Direito à Cidade: reflexões feministas na vida urbana”. Conduzido pelas educadoras Daniela Rodrigues e Mércia Alves, o encontro reuniu mulheres de diferentes territórios da Região Metropolitana do Recife para discutir como o acesso à água, enquanto direito humano e condição de dignidade, é atravessado pelas desigualdades de gênero, raça e classe.

A metodologia do curso foi baseada na educação popular feminista, priorizando a troca de experiências e a construção coletiva de saberes. Na programação, as educadoras mesclaram momentos de exposição dialogada com momentos de debate em grupos, além da utilização de recursos pedagógicos como vídeos e poemas que tem a água com elemento central. A metodologia proporcionou momentos de partilhas sobre experiências das mulheres na vida concreta e em seus territórios, sobretudo por causa de dois dos conceitos trabalhados durante a atividade formativa, o Racismo Ambiental e a Interseccionalidade.

Participaram do curso representantes do Coletivo Casa Lilás, da Coletivas, do Liberdade Vamosimbora, do Fórum de Mulheres de Pernambuco, da Rede de Mulheres Negras de Pernambuco, da UBM, do Coletivo Feira das Mulheres Pretas, da Articulação de Mulheres de Paulista, além de estudantes e pesquisadoras da UFRPE e UFPE.

Participantes do Fontes e Veredas. Foto Fran Ribeiro/SOS Corpo

Entre os pontos considerados marcantes, Daniela Rodrigues destacou a presença de profissionais da Compesa, que participaram ativamente das discussões. “Foi muito interessante, porque elas também trouxeram a realidade de não poder, dentro da estrutura do Estado, encaminhar certas demandas pela falta que existe nessa estrutura. Isso abriu um diálogo diferente com as mulheres do movimento, que até então só tinham contato com a Compesa como usuárias do serviço”, contou a educadora do SOS Corpo.

Outro aspecto ressaltado foi o fortalecimento da organização coletiva das participantes em torno da pauta do acesso à água. Durante os dois dias de debates, as mulheres compreenderam que a pauta da água é uma questão central para a vida delas, seja por consequências dos impactos pela escassez, seja pelo excesso provocado pelas chuvas, a falta de saneamento básico e de políticas de mitigação e prevenção em casos de cheias, inundações e deslizamento de barreiras.

O curso reafirmou, assim, o compromisso de articular reflexões feministas interseccionais com as experiências concretas das mulheres, apontando para a água como bem comum e uma luta urgente para o enfrentamento das desigualdades que afetam as mulheres no acesso digno e justo à água.

Assista abaixo os aportes das educadoras:

Daniela Rodrigues – Sexismo e Racismo ambiental no acesso à água:

Mércia Alves – A água como bem comum: elemento central na reprodução da vida das mulheres:

Assista também:

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