
Na tarde ensolarada de segunda-feira, 8 de setembro, o SOS Corpo Instituto Feminista pela Democracia esteve junto com Escola de Cinema Indígena, MNU, Marcha Mundial das Mulheres, MST e MTST na atividade autogestionada proposta pelo Coletivo Direito à Comunicação e Democracia (Diracom), durante o 5º Encontro Nacional pelo Direito à Comunicação, em Fortaleza/CE.
Numa roda de conversa que teve começo, meio e começo – como já nos disse o grande Nêgo Bispo – , a metodologia, conduzida por Ivan Moraes (Diracom), pretendeu a reflexão coletiva sobre como as diferentes lutas se encontram, interagem, se fortalecem e podem apontar caminhos para a construção de um novo projeto para o direito humano à comunicação no Brasil.
A conversa fluiu e foi possível perceber no intercâmbio de experiências entre organizações e movimentos, que há uma perspectiva que intensifica a luta por soberania popular para cada um. Como o patriarcado, o racismo e o capitalismo atravessam todas as lutas da classe trabalhadora e o diálogo entre movimentos e organizações é o caminho para a construção coletiva por um projeto comum.
Para o SOS Corpo, a autodeterminação reprodutiva é uma questão de soberania, já que não há democracia plena se mulheres e pessoas que gestam têm seus corpos controlados, seus direitos sexuais e reprodutivos constantemente atacados pelas estruturas do Estado e o acesso ao aborto legal como um direito, criminalizado pela extrema-direita fundamentalista, que leva a prisão, morte em abortos realizados de maneira insegura ou à uma gravidez forçada.
Segundo Fran Ribeiro, comunicadora popular feminista que representou o Instituto no 5ª ENDC, a comunicação como um direito humano deve ser socialmente referenciada, com compromisso aos direitos humanos e que fortaleça a luta das mulheres e pessoas que gestam por autodeterminação e justiça reprodutiva. Enquanto Instituto, endossamos as iniciativas que visam a regulação das plataformas digitais para enfrentar o discurso racista e patriarcal nas redes, o fortalecimento da comunicação popular feminista a partir de investimento de recursos públicos e a defesa de uma educação pública de qualidade que fortaleça uma leitura crítica da mídia para toda a sociedade.
Também estiveram como convidades da atividade autogestionada: Iago Jenipapo (Escola de Cinema Jenipapo-Kanindé, Ieda Leal (Movimento Negro Unificado), Isabelle Azevedo (Marcha Mundial das Mulheres), Aline Oliveira (Movimento das/os Trabalhadoras/es Rurais Sem Terra) e Gabriel Simeone (Movimento das/os Trabalhadoras/os Sem Teto). O 5º ENDC aconteceu nos dias 8, 9 e 10 de setembro e a programação foi dividida com painéis temáticos pela manhã e atividades autogestionadas à tarde. Democratização da Comunicação: qual projeto para o Brasil?; Enfrentando as grandes plataformas: regulação e soberania; e A Luta das/os Trabalhadoras/es em tempos de IA foram os temas dos paineis.
A atividade autogestionada Direito à Comunicação: aqui as lutas se encontram encerrou após debate com intervenções de diferentes pessoas que estavam no Encontro, mas esse foi só o começo desse diálogo. Agradecemos mais uma vez ao Diracom pelo convite. Seguimos na luta!