Os movimentos feministas, ao longo de suas trajetórias, construíram a luta por direitos reprodutivos tendo a autodeterminação reprodutiva das mulheres como um conceito central para o pleno exercício dos nossos direitos e da nossa afirmação enquanto sujeito político no mundo. O conceito parte da elaboração que os sistemas de dominação (patriarcal, racial e capitalista) dependem do controle da vida reprodutiva das mulheres.
O debate da justiça reprodutiva aprofunda as perspectivas críticas a esta luta, reafirmando os direitos reprodutivos enquanto direitos humanos em articulação com direitos econômicos, sociais, culturais, políticos e ambientais. O conceito de justiça reprodutiva reforça o racismo e as desigualdades de classe e gênero como centro do debate.
As vivências cotidianas das mulheres são atravessadas por violências e violações de direitos reprodutivos tanto no âmbito público como privado, no interior de suas famílias e nas instituições do Estado. O racismo e as desigualdades de classe constroem vivências desiguais entre as mulheres nas quais as mulheres negras e pobres vivenciam de maneira precária os direitos reprodutivos, o direito à saúde e a uma vida digna. A violência sexual, a violência obstétrica, a mortalidade materna materna, a criminalização do aborto, a ausência de creche,as precárias situações de saúde, extermínio de crianças e jovens negros, são algumas das injustiças reprodutivas que iremos debater ao longo do curso.
É sobre este tema que o SOS Corpo apresenta a última edição do curso Fontes e Veredas, com o título Feminismo e a Luta por Justiça Reprodutiva, que acontecerá nos dias 03 e 04 de outubro, das 18h30 às 21h, na sede do SOS Corpo. Como a precarização das condições de vida aumentam as injustiças reprodutivas? Como construímos uma luta conectada com a realidade das mulheres? Como articulamos a luta por justiça e autodeterminação reprodutiva? Como construímos o horizonte de justiça reprodutiva e social que acreditamos? Essas são algumas das questões que serão abordadas no curso.
One thought on “[Fontes e Veredas] Feminismo e a Luta por Justiça Reprodutiva”