Pesquisa da ULF traz estratégias de mulheres populares e os desafios para o uso das tecnologias

Em publicação lançada virtualmente, a Universidade Livre Feminista traz o resultado de um processo que envolveu mulheres de diferentes movimentos populares e de territórios distintos, para mostrar que nos caminhos da organização popular estão os desafios impostos pelas profundas desigualdades que atravessam a vida das mulheres e o seu acesso às tecnologias.

Nas Rodas e Nas Redes: Uso da internet por mulheres de movimentos populares teve o objetivo de conhecer melhor a realidade das mulheres militantes de classes populares do Amazonas, Ceará e Pernambuco para traçar estratégias criativas de enfrentamento aos desafios de realizar processos de educação à distância, em meados de 2018.

Veja abaixo como foi o lançamento, que teve a participação de dona Valdina Souza de Oliveira, do Coletivo Mulheres de Fibra da Amazônia e Joseli Cordeiro, da Comunidade Quilombola Batoque, ambas contando como foi o processo de articulação nas oficinas, os impactos causados pela não democratização do acesso a internet durante a Pandemia e o atual contexto da luta antirracista no Brasil.

Nas Rodas e Nas Redes: Uso da internet por mulheres de movimentos populares

Ao longo dos últimos dez anos, a Universidade Livre Feminista tem se dedicado a fortalecer as lutas e movimentos feministas através de processos contínuos de formação on-line, presenciais e semipresenciais, estimulando a produção coletiva de conhecimento e promovendo a comunicação e articulação entre feministas de diferentes partes do Brasil. Essa tem sido uma trajetória de muitas descobertas e desafios, na qual temos aprofundado as nossas reflexões sobre como construir uma pedagogia feminista on-line.

Do surgimento da Universidade Livre pra cá, o feminismo ocupou cada vez mais espaços na internet e a internet passou também a ocupar lugares cada vez mais estratégicos nas disputas políticas em curso no país e mundo afora. Os blogs e as redes sociais foram a porta de entrada de muitas militantes para o feminismo, principalmente para a geração nascida a partir da década de 1990.

Ao mesmo tempo, a militância também tem sido um estímulo para que muitas mulheres, antes excluídas desse universo, se apropriem da internet, movidas pela necessidade de utilizar redes sociais e e-mails para mobilização e articulação política.

Sendo a Universidade Livre Feminista um projeto político pedagógico que surge com o intuito de explorar as possibilidades colocadas pela ampliação do acesso à internet, temos pensado continuamente sobre o papel que ela cumpre nas nossas experiências de articulação política, sobre como explorar esses recursos de maneira contra-hegemônica e também sobre as suas limitações.

Entre os desafios encontrados no nosso caminho estão as profundas desigualdades que atravessam a vida das mulheres e o seu acesso às tecnologias.

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