Por Fran Ribeiro*
Clique aqui para acessar a matéria original no site da Articulação de Mulheres Brasileiras
Com o objetivo de acabar com a violência sexista, racista e capitalista contra as mulheres, foi lançada na noite do dia 11, no terceiro dia do I Fórum Nacional de Mulheres Indígenas, a Campanha Internacional Em Defesa de Nossos Corpos e Nossos Territórios!,que nasceu no VII Fórum Social Panamazônico (FOSPA), realizado no Peru em 2017. Ela é fruto da força mobilizadora das organizações de mulheres indígenas e amazônicas em aliança com organizações feministas para enfrentar a multiplicação das violências contra as defensoras dos territórios frente ao avanço das indústrias extrativistas.
Inara do Nascimento Tavares, mulher indígena do povo Sateré Mawé do Amazonas e militante feminista da Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), abriu o as ações de lançamento informando as presentes a importância da internacionalização da campanha em defesa dos territórios e das mulheres.
“Todo o conhecimento que nós temos dos nossos povos e dos nossos territórios é uma política de vida e a gente tem uma política de vida enraizada em nossos saberes. E é por isso que a gente quer colocar firme como nós somos. Então a gente convida, nós da Articulação de Mulheres Brasileiras, da Articulação Feminista Marcosur, a todas as parentas que estão aqui presentes a se juntar com a gente, nessa campanha que reúne mulheres indígenas, quilombolas, das águas, mulheres das florestas nessa denúncia da violência e da violação dos direitos das mulheres. E a gente escolhe o dia 5 de setembro como esse dia pra se manifestar, pra tá juntas e defender os nossos territórios”, salientou Inara.
O dia 5 de setembro, Dia Internacional da Mulher Indígena, foi escolhido como data anual de mobilização internacional da campanha com o propósito de estimular a expansão por meio da territorialização das ações em defesa das mulheres, que já conta com mobilizações no Equador, Peru, Guatemala, Honduras e Brasil.
Convocando todas as indígenas para uma grande roda, Inara entoou o canto que é um chamado para a defesa dos territórios e que traz, dentro da cosmovisão dos povos originários, a Mãe Terra como um território sagrado que é também extensão do corpo das mulheres e da sabedoria das ancestrais. “Ferir os nossos corpos é ferir o nosso território. Porque o mundo amazônico é uma mulher”, afirmou a ativista.
Além do lançamento no I Fórum Nacional das Mulheres Indígenas, a campanha Em Defesa de Nossos Corpos e Territóriosfoi lançada também no 14º Encontro Feminista Latinoamericano e do Caribe (ENFLAC) realizado no Uruguai em 2017, no Fórum Social Mundial em 2018, no Brasil, no Foro Feminista contra o FMI e G20 na Cúpula dos Povos, que aconteceu na Argentina também em 2018.
“A Terra é meu Corpo, a Água é meu Sangue, o Vento é meu Sopro e o Corpo é meu Espírito”.
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* Fran Ribeiro integra o SOS Corpo – Instituto Feminista para a Democracia. Este texto faz parte de cobertura colaborativa realizada pela Coletiva de Comunicação da Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), em parceria com Universidade Livre Feminista e Blogueiras Feministas, organizada especialmente para cobrir a Marcha das Mulheres Indígenas e Marcha das Margaridas.
Expediente: Coordenação Geral: Cris Cavalcanti (PE); Texto:Fran Ribeiro (PE), Gabriela Falcão (PE), Carmen Silva (PE); Laura Molinari (RJ), Carolina Coelho (RJ), Raquel Ribeiro (RJ), Angela Freitas (RJ), Rosa Maria Mattos (RJ), Milena Argenta (DF) e Priscilla Britto (DF); Fotos: Carolina Coelho (RJ) Fran Ribeiro (PE);Vídeo: Débora Guaraná (PE), Milena Argenta (DF) e Cris Cavalcanti (PE); Edição: Coletivo Motim; Diagramação:Débora Guaraná (PE), Bibi Serpa, Cris Cavalcanti (PE) Sites e Redes Sociais:Cristina Lima (PB), Thayz Athayde (CE), Cris Cavalcanti (PE), Analba Brazão (PE); Produção:Mayra Medeiros (PE) e Masra Abreu (DF).
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