Não é de hoje que o Estado brasileiro ora vem sendo cúmplice, ora autor de violências diversas contra as mulheres. O patriarcado racista opera sobre nós de forma voraz, docilizando nossos corpos, dominando nossas mentes e controlando nossas vidas.
Desde o ano de 2020 enfrentamos um dos piores cenários sociais, políticos e econômicos das últimas três décadas. A pandemia chegou no país e ajudou a concretizar um cenário de caos que já vinha se construindo desde o golpe de 2016, com o aprofundamento do projeto neoliberal, do avanço de setores conservadores e fundamentalistas em instituições públicas e no congresso nacional, bem como o aumento da violência em diferentes dimensões na vida das mulheres.
No contexto de um país dominado pela onda bolsonarista que dissemina a cultura do ódio sobre todos aqueles que não sejam o homem, branco, heterossexual, cisgênero e capitalista, vivemos, enquanto mulheres, em constante ameaça aos nossos direitos humanos e com o crescimento da violência sexista que não aceita as nossas escolhas, nossa autonomia, nossa existência fora da prisão e subserviência impostas pelo patriarcado.
O feminismo sempre denunciou: a casa não é um lugar seguro para as mulheres!
A violência contra as mulheres têm o seu ápice no feminicídio, transfeminicídio e no lesbocídio. O ciclo da violência que começa a partir de uma série de violações em casa, na escola, nas instituições religiosas, no trabalho, com a negação de direitos e acolhimento, tem o seu ponto final com o assassinato das mulheres e a certeza da impunidade para os agressores.
Trabalho elaborado por pesquisadoras do SOS Corpo reúne uma gama de dados divulgados no último ano para analisar o contexto do aprofundamento da epidemia da violência contra as mulheres no Brasil, diante de um cenário de crises provocadas pela pandemia e pelo projeto político reacionário bolsonarista.
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