A pandemia coloca em questão essa “nova razão do mundo” que é predatória e seletiva. Agora, esse repensar do e sobre o mundo irá fazer com que saiamos desse pesadelo de formas diferentes.
Não custa insistir: as responsabilidades e tarefas de cuidado com a vida devem ser coletivas. Por Carla Gisele Batista, na coluna Mulheres em Movimento.
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em 2018, as mulheres representavam 92% do trabalho doméstico no país. Nas últimas três semanas, não foi raro ouvir falar sobre diaristas que foram dispensadas e ficaram sem renda ou empregadas domésticas que estavam a depender da consciência dos patrões para poder ficar em casa e se proteger do coronavírus.
Nós, da Articulação Feminista Marcosur, expressamos nossa preocupação com a crise global sanitária, a qual representa um risco para toda a população, levando os Estados a tomar medidas que tem um impacto diferenciado sobre as mulheres e as populações que estão em estado de maior vulnerabilidade. A atual crise econômica e social coloca em evidência o desumanizante modelo econômico capitalista e patriarcal que predomina no mundo.
Ultraliberais querem decidir quem vive ou morre. A maioria — com raça, gênero e classe social segregadas — amarga o medo e a exclusão. É a necropolítica, descrita pelo filósofo Achile Mbembe. Mas a brecha da mudança foi aberta…
As doenças não são entidades democráticas. Pelo contrário, elas têm incidências determinadas pela renda, pela idade, pelo gênero e pela raça. Diante da pandemia provocada pelo coronavírus (SARS2- CoV2), diversos segmentos da sociedade estão mais expostos e são identificados como grupos de risco, por conta de comorbidades específicas. A população negra, em sua diversidade, também é um dos grupos de risco.
Uma cirurgia obriga a uma viagem para São Paulo no meio da pandemia. Uma reflexão sobre privilégios e suas cores.
A Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político, articulação brasileira que reúne centenas de movimentos, organizações, fóruns e redes, lançou, nesta terça (31), um documento com onze medidas para enfrentar a pandemia de coronavírus no país com proteção, igualdade e justiça social e econômica.
Por três meses, mães chefes de família terão acesso a R$ 1200 para enfrentar crise do coronavírus; medida atende principalmente à população feminina negra, historicamente mais precarizada
Como conciliar o cuidado com a casa, uma “criança de 12 anos”, vida profissional, início de namoro em tempos de confinamento? As mulheres estão refletindo sobre suas vidas.