Instituto Feminista para a Democracia

O SOS Corpo nasceu em tempos de insurgência política. Fundado no ano de 1981 por um grupo de mulheres militantes do feminismo em Pernambuco, o Instituto mantém seu caráter insurgente, confrontativo, com projeto político coletivo autogestionário, sendo renovado continuamente por diferentes gerações de mulheres feministas que participaram deste coletivo durante os mais de 40 anos em que desenvolvemos ações de pesquisa, educação e comunicação.

Pautadas pela pedagogia feminista e pela educação popular numa perspectiva freiriana, valorizamos o diálogo e a educação como ferramenta de transformação social, visto que promove um conhecimento sobre si mesmo e a respeito da realidade. Há uma priorização das mulheres e do movimento feminista como um sujeito político, ampliando as questões pedagógicas para incluir nas reflexões aspectos da intimidade, subjetividade e do cuidado consigo que também devem ser encarados como temas políticos.

A produção de conhecimento crítico é um elemento fundamental para sustentar nossos processos políticos, uma vez que conhecer e agir são dimensões inseparáveis do “ser sujeito”. Em nosso trabalho de pesquisa, buscamos nos aprofundar nas questões feministas, fazendo conceituações críticas e propondo novas formas de superação das opressões, violências, explorações, desigualdades de que são vítimas as mulheres.

Nossa comunicação é feita no sentido de ganhar corações e mentes da população para o feminismo, desenvolvendo temas e formas sensíveis a esta causa, engajando pessoas contra a dominação e exploração das mulheres e visando a superação desta organização social do trabalho e da vida. Denunciamos a mercantilização de todo e qualquer tema, inclusive o feminismo, pelo capitalismo e liberalismo. O SOS Corpo entende que democratizar a comunicação é essencial e tarefa indispensável para que se estabeleça a democracia.

No SOS Corpo chama-se de ação política tanto as ações próprias do Instituto nesta esfera como aquelas que acontecem a partir da sua participação no movimento feminista e nas articulações de vários sujeitos para enfrentamento de problemas que são de caráter público e visam galgar maior força política para o campo do Movimento Feminista. A participação política é uma prerrogativa do trabalho institucional e a equipe de trabalhadoras está comprometida com isso de diferentes maneiras relativas ao tipo de trabalho que desenvolvem. Ela ocorre de duas formas, fundamentalmente, através da participação do SOS Corpo em articulações políticas em torno de causas, e através da militância de suas integrantes que desejam ter esse tipo de atuação em movimentos feministas.

A prática de assessoria consiste em acompanhar outra organização social e/ou setores da gestão pública potencializando-a em seus objetivos, a partir do desenvolvimento de uma ou várias das práticas fundamentais do Instituto. Ou seja, podemos assessorar através da educação, da pesquisa, da comunicação e/ou da administração. A assessoria consiste também em metodologias de facilitação de processos grupais de tomada de decisão, planejamento e avaliação, que contribuam para construir democracia interna e fortalecimento dos sujeitos em uma organização ou movimento social.