O grande desafio do feminismo atualmente, e é uma tentativa e uma experiência muito recente, é construir as imbricações, as consubstancialidades dessas relações ou as interseccionalidades, inclusive hoje existem muitos conceitos que definem essa tentativa conceitual teórica de interpretar as coisas de maneira não mais fragmentadas ou de optar só por uma, mas de trabalhar isso como esse movimento que move o mundo, que constrói o mundo – Betânia Ávila
Diante da complexidade do sistema-mundo racista-patriarcal-capitalista, sistemas que são autônomos, mas indissociáveis entre si, a socióloga e pesquisadora do SOS Corpo, Maria Betânia Ávila apresentou sua análise sobre o tema durante o Espiral Feminista, curso nacional de caráter teórico-político realizado em outubro pelo Instituto Feminista.
Apoiada em um ponto de vista teórico-feminista materialista, Betânia Ávila traz, a partir de uma metodologia dialética, reflexões sobre o processo de formação histórica do capitalismo e como nele estão imbricados o patriarcado e o racismo. A pesquisadora apresenta cada sistema separadamente e a partir da compreensão de cada um, analisa suas imbricações, que atuam estruturando as relações sociais de sexo, de raça e classe.