Nova Coordenação do MBMC discute Feminismos

O MBMC enfrenta o desafio de trazer para o feminismo o debate sobre anti-capacitismo e fazê-lo ecoar em todos os cantos e em todas as lutas, ao mesmo tempo que tem que travar suas próprias batalhas por políticas públicas inclusivas que reconheçam as pessoas com deficiência como sujeitos de direitos, com foco especial nas mulheres que enfrentam esta dupla desigualdade.

* |Texto de Carmen Silva | Fotos: Cortesia MBMC|

A nova coordenação executiva nacional do Movimento Brasileiro de Mulheres Cegas e com Baixa Visão – MBMC, juntamente com a antiga, esteve reunida em Salvador, Bahia, de 14 à 17 de março de 2024 para um curso nacional com o tema Formação de Lideranças e Gestão de Movimento Social. Carmen Silva, educadora do SOS Corpo, participou deste momento com uma oficina sobre os desafios de coordenar movimentos nacionais de mulheres em um país continental como o Brasil, à luz da concepção feminista de organização. A foto que ilustra essa matéria é um exemplo de materiais pedagógicos utilizados.

O MBMC enfrenta o desafio de trazer para o feminismo o debate sobre anti-capacitismo e fazê-lo ecoar em todos os cantos e em todas as lutas, ao mesmo tempo que tem que travar suas próprias batalhas por políticas públicas inclusivas que reconheçam as pessoas com deficiência como sujeitos de direitos, com foco especial nas mulheres que enfrentam esta dupla desigualdade. Para nós, do SOS Corpo, o capacitismo é uma dimensão da organização hierarquizada da sociedade, que parte do binarismo entre aptos e não aptos, para reduzir possibilidades de acesso a direitos para as pessoas que tem alguma deficiência e são vistos socialmente como incapazes.

A própria organização de um movimento nacional de mulheres cegas é a prova da capacidade delas. Elas se organizam em todo o país, utilizando os recursos das tecnologias de informação, atuam em seus territórios em articulação com outros movimentos, defendem suas posições nos conselhos de gestão de políticas, organizam encontros nacionais, se expressam nas redes sociais e estão, a partir disso, construindo um feminismo anti-capacitista.

Conheça a história e luta do Movimento Brasileiro de Mulheres Cegas e Baixa Visão.

* Carmen Silva é socióloga, educadora da equipe do SOS Corpo Instituto Feminista para a Democracia e militante do Fórum de Mulheres de Pernambuco / Articulação de Mulheres Brasileiras.

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