MTST faz greve de fome e protesta contra despejo de 300 famílias de terreno em Boa Viagem

Estabelecida em setembro em imóvel que acumula meio milhão em dívidas tributárias com o município e a União, a Ocupação 8 de Março abriga 300 famílias, formadas em sua maioria por mulheres, idosos e crianças.

MTST faz greve de fome e bloqueia vias para protestar contra despejo de 300 famílias de terreno em Boa Viagem

Estabelecida em setembro em imóvel que acumula meio milhão em dívidas tributárias com o município e a União, a Ocupação 8 de Março abriga 300 famílias, formadas em sua maioria por mulheres, idosos e crianças.

Créditos: Paloma Luna

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem-Teto de Pernambuco (MTST-PE) iniciaram greve de fome, se acorrentaram na sede da Prefeitura do Recife e realizaram bloqueio da Avenida Conde da Boa Vista, nesta quinta-feira (21) para pedir a suspensão da autorização de despejo do terreno onde está localizada a Ocupação 8 de Março, na Zona Sul do Recife. Na última quarta, data final para desocupação do imóvel, determinada pela Justiça, militantes do movimento realizaram ato no entorno da ocupação a fim de abrir diálogo com o Poder Municipal e garantir a permanência dos ocupantes.

O terreno ocupado é de propriedade de uma empresa que acumula cerca de meio milhão em dívidas de IPTU e outros impostos ao município e à União e está com o patrimônio ameaçado de penhora pela Justiça. A demanda do MTST é que o imóvel seja desapropriado para fins sociais. O nome Ocupação 8 de Março busca reforçar a luta das mulheres, principalmente as mulheres negras, grupo social mais atingido e vulnerável durante a pandemia de Covid-19, no Brasil.

“Até o momento, a Prefeitura do Recife não apresentou saídas habitacionais para as famílias da Ocupação 8 de Março. Não deixaremos a sede do município até que tenhamos uma reunião com as Secretarias de Habitação e de Governo. São famílias de trabalhadoras e trabalhadores que estão em situação de grande vulnerabilidade e denunciam a ausência de políticas para garantir moradia para a população”, explica a Coordenadora Nacional do MTST, Vitória Genuíno.

Fotos: Paloma Luna

Durante o último mês, os ocupantes limparam, capinaram e nivelaram o terreno, que estava com lixo acumulado, vegetação alta e pilhas de entulho desses 15 anos em que esteve abandonado. Também foram realizadas atividades lúdicas para as crianças, a partir da Brigada de Educação do MTST, e ações de Saúde e Higiene, a partir da Brigada de Saúde do movimento. Diariamente, a cozinha comunitária instalada no local fornece refeições para garantir a alimentação de quem está vivendo no espaço. A iniciativa se dá em um momento crucial do enfrentamento à fome e ao aumento da desigualdade, consequências das crises política, social, econômica e da pandemia de Covid-19 no Brasil.

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