Está terminado o processo eleitoral de 2020. A partir dos resultados, o que podemos avaliar sobre a força do campo político progressista em relação ao campo político conservador? O que muda na vida da gente com esta eleição municipal? Estas são questões que desafiam o movimento feminista e nós queremos refletir sobre elas neste episódio do Faísca.
O segundo turno trouxe surpresas. O crescimento das campanhas do campo de esquerda e a forma como isso aparecia nos dados das pesquisas não resultou nas estrondosas vitórias que estávamos esperando. Mas, calma, o resultado também não significa a derrota para o campo da esquerda.
A partir dos resultados eleitorais, o que podemos avaliar sobre a força do campo político progressista em relação ao campo político conservador? PSDB, MDB, DEM, PSD e Progressistas que são os cinco maiores partidos de direita e centro governarão mais de 60% do povo brasileiro.
Mas os partidos da esquerda não reduziram o seu desempenho eleitoral em termos numéricos, e tiveram vitórias simbólicas significativas. Um bom exemplo é a vereadora mais votada da cidade de São Paulo, uma mulher negra, trans e periférica: Érika Hilton. O debate das pautas dos movimentos sociais e os sujeitos que vocalizam essas lutas entraram definitivamente no processo político eleitoral.
As mulheres do campo de esquerda candidatas à prefeita no segundo turno, foram duramente atacadas. Contra elas foram usadas táticas difamatórias baseadas na disseminação de fake news, na promoção de discursos de ódio – e maioria dos ataques foi realizado através de alianças com setores evangélicos que se posicionam contra direitos humanos e contra o feminismo. Essa estratégia é muito semelhante aos mecanismos utilizados na eleição do presidente Bolsonaro em 2018. Mas apesar dos ataques, o número de mulheres eleitas vereadoras impressiona: foram 9 mil mulheres eleitas, o que representa 16% do total. Levantamento realizado pelo site Gênero e Número revela que vereadores negros ocuparão 44% das cadeiras nas câmaras municipais das capitais brasileiras a partir do próximo ano. Segundo o estudo, 18% das vereadoras nas 25 capitais serão mulheres. Nas capitais, o partido que mais elegeu mulheres foi o PT, seguido do PSOL. Já nas cidades do interior, esse lugar foi tomado pelo MDB.
Mas o que muda na vida da gente com esta eleição municipal? Estamos em uma pandemia e enfrentando o pandemônio gerado pelo governo federal. A crise sanitária se associa à crise econômica e nossas condições de vida só pioram. Tudo indica que este final de ano exigirá muito de nossas forças de resistência para continuarmos na luta contra os pacotes de maldade do governo Bolsonaro.
Estas são questões que desafiam o movimento feminista e nós queremos refletir sobre elas neste episódio do Faísca.
Escute agora:
Descrição da imagem: Uma imagem de fundo em preto e branco mostra rostos de mulheres e em segundo plano. Em primeiro plano uma mão segura uma tocha de fogos de artifícios. Por cima da imagem vemos no canto superior esquerdo uma forma rosa com o texto destacado de preto: “episódio 3”. no centro, por cima da imagem de fundo, lê-se: “faísca. Acabou a eleição! E agora?”. Embaixo, no canto inferior direito, por cima da imagem, vemos uma forma rosa com a logomarca do SOS Corpo destacado de preto.
Ao lado da imagem dois botões com fundo cinza e o texto indicando para escutar o programa Faísca feminista no Youtube (para ir ao episódio nesta rede clique aqui) e outro botão indica o link para escutar no Spotify (clique aqui)
Escute os outros episódios:
Democratizar a democracia.
Retomada de nossos territórios políticos.
Acabou a eleição, e agora?!