Acordei tentando dar vazamento a este sentimento de tristeza diante do pronunciamento do mandatário da presidência. O sentimento de impotência toma conta de mim diante do confinamento, porque a vontade é sair às ruas – ficar parada é um engessamento sem tamanho. E vendo palavra a palavra é deveras preocupante e criminoso. Ele vai na contramão da preservação de vidas. Por onde caminha o mundo sob a decisão de governos de inúmeras vertentes… A pandemia coloca em questão essa “nova razão do mundo” que é predatória e seletiva e em meio aos caos é o sistema público de saúde e ensino e pesquisa capazes de reverter esse cenário que resultou na morte de 80 mil pessoas e mais de um milhão de infectados…Quanto a fatos não há argumentos, não há histeria, há prevenção, mas sim precaução,defesa da vida frente a crescente exploração do planeta. Eu só espero que esse tempo passe para que possamos construir novos tempos….
Estou na fase da nostalgia e tristeza.. teimando em estudar e trabalhar em tempos difíceis como esse. A maior pandemia da história, com quase 80 mil mortos no mundo até agora, nos faz repensar a vida. A virtualidade está nos distanciando e por imposição de um vírus somos levadas a pensar o cotidiano. A voltar aos bons tempos da refeição na mesa, em comentar um filmes juntos, a cozinhar juntos, a nos desentendemos também pq isso é a convivência.
Esse repensar do e sobre o mundo irá fazer com que saiamos desse pesadelo de formas diferentes.
O individualismo liberal está em esgotamento e a lição cotidiana é a solidariedade,porque milhões passam fome, moram inadequadamente, e é preciso gritar que vidas valem mais que a ânsia predatória do capital... Entre uma inquietação e outra, lembro uma música, envio uma poesia, leio uma notícia, busco outras da vida familiar… Sigo, na certeza que dias melhores virão
Relato enviado por Mércia Alves