A história de diversas organizações feministas começou quando o regime político brasileiro estava voltando a ter uma aparência democrática. O processo de luta e incidência que culminou na promulgação da Constituinte, em 1988, foi decisivo para que diversos coletivos se organizassem em torno da defesa dos Direitos das Mulheres. Em 1989 o Cfemea nasceu com o desafio de, sediada em Brasília, contribuir para o reconhecimento do lugar das mulheres nas instâncias de participação política, sobretudo no Congresso Nacional, mas também fortalecendo a auto-organização do movimento feminista.
Esse ano comemoramos os 30 anos de existência do Cfemea! Viva! Uma organização com a qual desde o começo nós, como SOS Corpo, nos irmanamos e nos sentimos muito gratificadas de compartilhar da mesma história.
“Eu me sinto muito honrada de fazer parte da história do Cfemea. Antes, como militante, como aliada, com o Leila Diniz e com o SOS Corpo, mas também como pessoa, criamos desde o início essa irmandade feminista.
Eu me sinto como a Angela Davis quando ela disse que ‘é nas coletividades que encontramos reservatórios de esperança e otimismo’. É dessa forma que eu vejo esses 30 anos do Cfemea”, celebra Analba Brazão, antropóloga e educadora do SOS Corpo.
Saudamos juntas, porque, apesar de todos os pesares, o feminismo nos fortalece e a permanência de uma organização como o Cfemea nos alenta, nos dá um respiro de esperança e muito otimismo.
Nesses 30 anos, o Cfemea se revelou uma organização feminista com amplas condições de contribuir com a luta das mulheres no enfrentamento a essa conjuntura política. Na análise de Carmen Silva, o Cfemea consegue aliar na sua prática política o monitoramento, a incidência sobre Congresso Nacional por políticas públicas para as mulheres com a auto-organização, com a formação e com a difusão de práticas de cuidado entre as mulheres militantes. “Uma combinação de estratégias que nos ajuda a seguir juntas e com coragem para enfrentar esse cenário político em que perdemos direitos a cada momento”, comentou Carmen.
Celebramos também a capacidade do Cfemea para agregar mulheres em torno da criatividade, da prática artivista e, ao mesmo tempo, produzir conhecimento e busca gerar novas sensibilidades para que a gente siga garantindo a sustentabilidade do movimento e das mulheres que fazem o movimento.
“O cuidado para o Cfemea é isso, é uma forma política de pensar que a vida integral e a vida de cada uma de nós importa, e importa ser vivida plenamente: com plenos direitos, mas também com saúde, tranquilidade e felicidade”, lembra Carmen.
É essa sustentabilidade de movimento que o Cfemea se propõe a contribuir e, com muito afeto, nós do SOS Corpo, caminhamos junto com elas! Parabéns ao Cfemea e às nossas amigas, companheiras e irmãs!