Nas janelas, lenços brancos denunciam opressão. Surgem redes solidárias. No Congresso, propostas punitivas só arranham o patriarcado. Uso emergencial de hotéis durante isolamento é opção — mas elas terão até de ser expulsas de casa?…

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Em todo o país, coletivos, comunidades e iniciativas dos movimentos sociais têm se organizado de forma autônoma para ajudar as populações que cotidianamente estão desassistidas pelo Estado. Para além da solidariedade assistencialista pregada pelo capital, as iniciativas unem informação e ação política para mostrar que o problema da crise é a desigualdade social provocada pelo sistema.

Nós, da Articulação Feminista Marcosur, expressamos nossa preocupação com a crise global sanitária, a qual representa um risco para toda a população, levando os Estados a tomar medidas que tem um impacto diferenciado sobre as mulheres e as populações que estão em estado de maior vulnerabilidade. A atual crise econômica e social coloca em evidência o desumanizante modelo econômico capitalista e patriarcal que predomina no mundo.

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Ultraliberais querem decidir quem vive ou morre. A maioria — com raça, gênero e classe social segregadas — amarga o medo e a exclusão. É a necropolítica, descrita pelo filósofo Achile Mbembe. Mas a brecha da mudança foi aberta…

Se a vida já era difícil, agora estamos vivendo ficção científica ao vivo. Compartilhe sua vivência. Escreva sua história, nos envie suas reflexões, fale do que estamos vivendo, registre esses sentimentos. Pode ser áudio, vídeo, texto, poesia – a ideia é refletirmos sobre a experiência das mulheres em tempos de pandemia. Isso porque, confinadas ou expostas, temos direito à nossa história!