Memórias e Insurgências Feministas, com Amelinha Teles

Na Ação Cultural Feminista que abriu o ano de 2025 do SOS Corpo, contamos com a satisfação da presença de Amelinha Teles, jornalista, escritora e uma das mais importantes militantes feministas e defensora dos direitos civis brasileiros. Amelinha foi presa política durante a ditadura militar. Ela esteve encarcerada no DOI-CODI, em São Paulo, entre 1972 e 1973. Lá, foi vítima das mais perversas torturas. Resistência, enfrentamento, estratégias, afetos de luta, História, desafios, derrotas e vitórias, defesa da democracia, todas aprofundadas pela perspectiva da ação feminista ao longo dos anos. Amelinha Teles trouxe em palavras, uma análise da conjuntura de enfrentamento à extrema-direita no Brasil, a necessidade de continuarmos a luta contra a aprovação da lei da anistia para os golpistas, para aqueles que violam a igualdade e o Estado Democrático de Direito. Lembrou de companheiras e companheiros pernambucanos que tombaram na ditadura de 1964, destacando a importância de sustentar a memória para nunca esquecermos e para que o capítulo mais sombrio da História do Brasil não se repita. No Contos da Cela Três, Amelinha apresenta a Lagartixa Linguaruda de Nascimento, uma personagem criada a partir da sua prisão, e aborda de maneira lúdica, temas tão duros, vivências e memórias dos dias vividos dentro daquela Cela 3. “Para mim, a escrita é um ato revolucionário. O Estado cria mil formas de esquecimento, de desmemorização da nossa História. O tempo todo, há um apagamento, há um silenciamento de tudo que nos acontece. Não podemos deixar apagar a memória e uma das formas é escrevendo”, destacou Amelinha. Neste 31 de março de 2025, 61 anos do golpe de estado que instaurou a ditadura militar no Brasil, trazemos aqui a fala de Amelinha Teles na Ação Cultural – Memórias e Insurgências Feministas.