Em tramitação há 15 anos, projeto que tolhe o direito ao aborto legal pode ser votado nesta quarta. Proposta também impacta fertilização in vitro e pesquisas de células tronco. Deputadas e movimentos feministas tentam barrar retrocesso.

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No segundo artigo de Carmen Silva* para a Marco Zero Conteúdo, a educadora do SOS Corpo traça um panorama do isolamento político de Bolsonaro com a reação dos movimentos sociais, presidência do Senado, tribunais superiores, associações profissionais da PF e da ABIN; e até de setores das Forças Armadas e do empresariado às ameaças golpistas do atual presidente. Contudo, o quadro ainda é de insegurança democrática e em sua análise a socióloga não descarta manobras no Congresso para adiar as eleições, embora reconheça que não há no momento sustentação política para esse movimento.

Cladem Brasil lançou no último dia 17, o Edital “EXPERIÊNCIAS, DIFICULDADES E DESAFIOS: retratos dos serviços de aborto legal no Brasil durante a pandemia de Covid-19, com o apoio da Rede Médica pelo Direito de Decidir. As inscrições estão abertas até 26 de fevereiro de 2021.

Corporações sustentam governos que trabalham a seu serviço, destruindo confiança na Democracia. Mas foi dentro dela que conquistamos avanços importantes, e apenas uma defesa rebelde em seu nome garantirá ampliação da justiça e igualdade.

Corrente em que surfou presidente é antiga e tem raízes profundas: autoritarismo, machismo, concentração de terras, escravidão. Mas pandemia impulsionou debates sobre novos projetos — serão capazes de levantar uma nova onda de resistência?

Os rumos das urnas definirão a luta em torno de um projeto de país, isso será parte da nossa resistência e que extrapola que os marcos do outubro das eleições, mas que, dialeticamente, tem neles um momento importante do confronto político entre democracia e barbárie.
Por Mércia Alves,