Por Lívia Barreto, Comunicação CONTAG.
Admiração, entusiasmo, gratidão, emoção, esperança… Muitos foram os sentimentos descritos pelas mulheres que integraram a delegação internacional da 6ª Marcha das Margaridas na abertura do Encontro Internacional de Mulheres realizado no dia 15 na CONTAG, como parte das atividades da grande ação de massa.
As representantes de organizações sindicais e de defesa dos direitos das mulheres de 25 países compartilharam suas impressões e foram unânimes em dizer que a Marcha despertou nelas a consciência do poder mobilizador das mulheres, assim como a capacidade do Movimento Sindical brasileiro de unir organizações de diversas categorias em prol de uma luta comum.
Um dos objetivos principais do encontro é a realização de troca de experiências e articulação de estratégias regionais de luta. O diálogo entre dirigentes de tantas origens diferentes foi possível graças à tradução simultânea em três idiomas: inglês, francês e espanhol. Eram margaridas do Brasil, Colômbia, Uruguai, Argentina, Peru, Chile, Bolívia, Panamá, El Salvador, Guatemala, Honduras, Barbados, República Dominicana, Gana, Uganda, Congo, Camarões, Quênia, Nigéria, Níger, Chade, Inglaterra, Espanha, Bangladesh e Nepal.
“Participar da Marcha das Margaridas me inspirou muita admiração pelo poder de mobilização, é um exemplo a ser seguido. Com certeza voltarei na próxima”, compartilhou a dirigente paraguaia Florinda Colman. Para a dirigente Cecile Ndjebet, de Camarões, foi uma honra participar dessa mobilização, depois de uma viagem de mais de 20 horas de vôo: “É impressionante ver o quão longe as mulheres rurais podem ir, o quanto podem conquistar quando se dedicam a uma causa”.
Outro ponto de debate é o papel das mulheres trabalhadoras rurais e campesinas na Agenda 2030, nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e na Década da Agricultura Familiar da ONU. A secretária de Mulheres da CONTAG e coordenadora da 6ª Marcha das Margaridas, Mazé Morais ressaltou a alegria de poder contar com a participação de mulheres de quatro continentes nesse momento e construir juntas uma grande rede de apoio mútuo.
Entre os encaminhamentos do encontro está a elaboração de uma declaração para firmar o compromisso de articulação entre as organizações, para ajudar a concretizar as discussões realizadas hoje. Além disso, a criação de oportunidades de comunicação e trocas de experiências, assim como busca de apoio para realização das ações comuns entre as organizações.
Para o vice-presidente e secretário de Relações Internacionais da CONTAG e presidente da Coprofam, Alberto Broch, o Encontro Internacional de Mulheres da 6ª Marcha das Margaridas é um evento único porque reúne no mesmo lugar duas grandes redes que representam milhões de trabalhadores(as): o Fórum Rural Mundial e a União Internacionais de Trabalhadores da Alimentação (UITA). “É uma oportunidade para conversar, construir alianças e fortalecer o trabalho articulado em defesa dos direitos das mulheres em todo o mundo”.
O presidente da CONTAG, Aristides Santos, acredita que o diálogo entre as redes parte de uma necessidade de união em um momento de avanço da direita em diversos governos do mundo, e perda de direitos dos(as) trabalhadores(as). “Com a articulação a possibilidade de êxito no enfrentamento às consequências nefastas do capitalismo é maior”.