Carta do Nordeste sobre o Cenário Pós-eleitoral

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Nós, participantes do Seminário “Desafios dos Movimentos Sociais do Nordeste e do Brasil Pós-Eleições”, reunidos/as em Recife entre os dias 28 e 30 de novembro de 2018, tornamos pública esta Carta Política num momento histórico que nos convoca à importante ação de “Não Deixar Ninguém Pra Trás”.

A história do Nordeste é marcada pela escravidão, pelo latifúndio, pela pobreza, pelas violências, pelo machismo, racismo e desigualdades tanto no campo, quanto na cidade. É inaceitável que ainda tenhamos a população mais pobre do País, que enfrenta tantas vulnerabilidades, intolerâncias, perseguições, exclusão e mortes. Por isso, nossos movimentos se fortalecem, dialogam e se encontram na defesa dos direitos sociais, culturais, políticos e econômicos, entendendo que a defesa do direito à livre associação entre pessoas, a manifestar-se publicamente, viver uma vida sem violência e a comunicação alternativa, sem monopólios, são essenciais para um país democrático e plural.

O atual cenário político brasileiro nos coloca em estado de alerta e articulação permanente e é, assim, que enfrentaremos as propostas de apropriação dos bens públicos e comuns, sejam essas pautadas pelos poderes Executivo, Judiciário ou Legislativo. Não permitiremos o aumento das vulnerabilidades de populações já excluídas, penalizando ainda mais as mulheres negras, indígenas, quilombolas, a população LGBTI, as diversas e plurais comunidades urbanas e do campo. Comprometemo-nos a continuar na resistência, ocupando as ruas, Denunciaremos e exigiremos punições aos autores de assassinatos às lideranças dos movimentos sociais, as diversas e plurais comunidades urbanas e do campo. Comprometemo-nos a continuar na resistência, ocupando as ruas, produzir conhecimentos, fortalecendo a educação popular e feminista para construir um Brasil mais justo com o seu próprio povo. Não deixaremos ninguém para trás, como proposto pela Agenda 2030 e seus objetivos de Desenvolvimento Sustentável, pautando produzir conhecimentos, fortalecendo a educação popular e feminista para construir um Brasil mais justo com o seu próprio povo. Não deixaremos ninguém para trás, como proposto pela Agenda 2030 e seus objetivos de Desenvolvimento Sustentável, pautando uma perspectiva de desenvolvimento para todos e todas com justiça e igualdade social.

Assim, hoje, 10 de dezembro de 2018, quando se celebra os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, afirmamos a defesa do Estado Democrático de Direito e da Constituição Brasileira. Estaremos juntos e juntas para reafirmar que o Estado é Laico e tal laicidade deve ser garantida nas instituições públicas, inclusive nas Escolas. E estaremos unidas e unidos para apoiar o multilateralismo que entendemos ser fundamental para defesa de direitos sociais, econômicos, culturais e ambientais para as relações de solidariedade internacional e latino-americana.

No Nordeste, em 2018, elegemos alguns governos de visão democrática, e, além disso, a única mulher governadora do País. Mas há muito a ser feito. Por isso, RESISTIREMOS e continuaremos MOBILIZADOS/AS nas ruas, nas ações com os movimentos, com as comunidades e grupos locais, inclusive via Artivismo criativo. Agregaremos mais corações e mentes e continuaremos incansáveis no combate ao fundamentalismo e à intolerância religiosa; na defesa do acesso à terra e moradia digna; pela saúde, pela igualdade de gênero, pelos direitos sexuais e reprodutivos de todas as pessoas e por uma educação crítica e libertadora.

Reafirmamos, sobretudo, nossa coragem e determinação, de levar, com amorosidade, a resistência na defesa dos Direitos Humanos para todos os cantos do Nordeste e do País “Ninguém solta a mão de ninguém, para não deixar ninguém para trás”.

“O amor é a força mais sutil do mundo” Gandhi.

Assinam:
1- Estudantes de Educação no Campo
2- Movimento Quilombola
3- ABONG – Associação Brasileira de ONG´s
4- Juventude – PT
5- Universidade Federal do Piauí
6- FETRAECE
7- FETAGPI
8- Fórum Cearense de Mulheres/AMB
9- Universidade da Integração
10- GRUNEC- Grupo de Valorização Negra do Cariri cearense.
11- ASP-MA
12- Católicas pelo Direito de Decidir/AMB/MA
13- Fórum Popular da ECOSOL
14- Coletivo Vozes de Maria
15- MNC + – Movimento Nacional das Cidadãs Positivas/PE
16- RNP+PE –Rede Nacional das Pessoas Vivendo com HIV e Aids – Núcleo de Pernambuco.
17- Escola de Formação Quilombo dos Palmares – EQUIP
18- Instituto Papai
19- Coletivo Periféricas
20- Coletivo Mulheres de Jaboatão
21- GESTOS- Soropositividade, Comunicação e Gênero
22- Fórum Suape
23- Centro de Mulheres do Cabo
24- Grupo de Mulheres de Bem Virá
25- Grupo Gay Leões do Norte
26- FETAPE
27- Fórum de Mulheres de Pernambuco/FMPE
28- Central Única dos Trabalhadores e das Trabalhadoras de Pernambuco
29- Colônia de Pescadores e Pescadoras/
30- FASE
31- Grupo Espaço Mulher
32- Coletivo de Mulheres Viradas no Moi de Coentro
33- SERTA
34- Centro Agroecológico – Sabiá
35- Grupo de Capoeira Herança de Angola
36- Comissão Pastoral da Terra – CPT –PB
37- Rede de Educação Cidadã – RECID
38- Movimento Negro – CONEN –BA
39- CEN- Coletivo de Entidades Negras – BA
40- Movimento de Cultura Popular subúrbio – BA
41- Quilombo Zefirina – BA
42- Rede de Educadores Populares do Nordeste –AL
43- FETAG/AL
44- AJURCC –Campina Grande –PB
45- Manaíra
46- ENFOC/CONTAG
47- MST – Movimentos dos trabalhadores e das Trabalhadoras sem terra
48- Ocupação Urbana – Marielle Franco/PE
49- CEAAL
50- SOS CORPO – Instituto Feminista para Democracia
51- PJR – Pastoral da Juventude Rural
52- SINTEPE – Sindicato Professores(as) Pernambuco

Recife, 10 de dezembro de 2018.

 

 

2 thoughts on “Carta do Nordeste sobre o Cenário Pós-eleitoral

    1. Oi Lucia, agradecemos o contato! A carta foi elaborada durante o Seminário de dois dias que ocorreu com os movimentos signatários e representa os pensamentos e reflexões que foram discutidos na ocasião! Sinta-se livre para disseminar todo o conteúdo que produzimos para o site, inclusive esta nota! Arbaços

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