Mais de 50 mulheres de diferentes países e organizações feministas da América Latina e Caribe estão reunidas na cidade do Rio de Janeiro para a Assembleia anual da Articulação Feminista Marcosur, que iniciou hoje. A conjjuntura política da região e o atual momento do feminismo foram dois pontos amplamente discutidos.
As democracias estão em risco, ameaçadas ou já foram golpeadas, como no caso de Honduras, Paraguai e Brasil. O neoliberalismo, é uma nova razão de mundo que opera não somente no nível econômico, mas também no nível cultural, atacando as subjetividades. Essa filosofia político econômica captura toma impulso alavancando-se em cima do conceito de empreendedorismo para fomentar o individualismo, escondendo-se atrás do discurso da “liberdade”. Entretanto, a liberdade defendida por esse sistema econômico, é a defesa dos privilégios e do lucro, através do extermínio dos direitos humanos, das mulheres e das populações de negros e indígenas.
Em contrapartida, o feminismo avança como força política com muita força em todos os países, assim como os movimentos indígenas e negro. Em relação às democracias que foram apontadas como estando em risco, ou inexistentes, o feminismo latino-americano levanta a questão: que democracia foram essas que perdemos? Sem inclusão de mulheres e um sistema com níveis extremos de desigualdade, que refletem a realidade do patriarcado e racismo sem limites que está sendo revelado.
Aproveitando a presença de todas essas feministas ativistas será realizado um momento público programado para acontecer na terça-feira, 29, na Praça São Salvador, em Laranjeiras no Rio de Janeiro, a partir das 18h30. O evento está sendo realizado pela AMB-Rio em parceria com o coletivo À Esquerda da Praça e a Articulação de Mulheres Brasileiras.