Democracia e Feminismo. Eis um debate mais que necessário. Se essa conversa já se mostrava urgente, agora, como não transformá-lo num ato político?
Nós, mulheres, fomos quem primeiro apontou o grau de violência simbólica, verbal e difamação usadas no processo de destruição da imagem de Dilma até que, por pedaladas, a classe política, ressentida por ter perdido nas urnas, manobrou para tirar do posto a presidenta eleita. Agora o fizeram novamente, igualzinho, seguindo a mesma fórmula, exceto que se anteciparam às eleições, de novo não toleram a Democracia nem compactuam com a Constituição de 1988.
Deram o golpe para passar apenas 2 anos no poder? Claro que não. Não seguem as regras democráticas constitucionais desde o começo. Desde antes, elas já não existiam nos bairros pobres e de periferias urbanas, muito menos nas áreas rurais, onde ainda reinam coronéis e jagunços, onde se mata impunemente lideranças de trabalhadores e trabalhadoras rurais, quilombolas e indígenas. A rebeldia dos povos originários e negros é ter sobrevivido à matança colonial generalizada das suas populações. Hoje ainda replicam as práticas de escravização e genocídio de pessoas. O racismo e o patriarcado estrutura as desigualdades do sistema capitalista e, no Brasil, o recado que eles estão nos dando é que não querem mudanças nessa estrutura social.
Eles não se constituem uma categoria sólida ou harmônica. Entre os coronéis também há disputas, tanto quando entre nós, exploradas, há divisões e diferenças políticas. Eles se articulam. Conseguem incluir políticos, exército, justiça, mídia, igreja, empresários e traficantes em torno do mesmo objetivo: quanto menos democracia, mais lucros. Como vamos fazer isso? Eles pensam assim: “Incitaremos racismo e machismo na sociedade e diremos que estamos defendendo a família e combatendo o crime. Temos o poder das armas, o poder do discurso, o poder das leis, o poder da justiça, o poder de deus e do grande chefão. Recomendaremos remédios para dormir, trabalhar, gozar e até a felicidade poderão comprar. Acrescente açúcar, álcool e mídias sociais. Quem se atreverá contra nós?”
No estado onde foram arrancados todos os Direitos, mesmo anestesiadas e alienadas, as pessoas ficam desesperadas o suficiente para apelarem a Deus e às drogas. Ansiedade, depressão, loucura e outras doenças psicológicas disparam. As prisões e assassinatos. Marielle executada. Lula preso. Isso que estamos vivendo já passou de ditadura, é terrorismo. É deliberada a política de controle demográfico através do genocídio e encarceramento em massa da população negra.
Há como depositar qualquer esperança na democracia?
Feminismo e a questão Democrática: um ato político, porque precisamos nos socorrer!
Nós encontramos às 15h no Derby e podemos ir caminhando e cantando à madalena.
Defender a Democracia. Defender a Constituição. Defender nossos corpos e nossos territórios!