É urgente sair às ruas em resposta à política ultraliberal, patriarcal e racista da direita brasileira que colocou de maneira ilegítima uma coalizão golpista, promovendo uma verdadeira usurpação do mais alto cargo da nação. Não reconhecemos, no atual Congresso, legitimidade para eleger nova presidência. Entendemos que só o povo, por meio das urnas, apesar dos limites do atual sistema eleitoral brasileiro, pode garantir uma saída democrática desta crise.
Por isso hoje, dia 30 de junho, o SOS Corpo se une à greve geral, juntamente com milhões trabalhadoras e trabalhadores brasileiros/as. Nós paramos! E nos juntamos às mobilizações da Articulação de Mulheres Brasileiras e Fórum de Mulheres de Pernambuco, contra as reformas do governo ilegítimo de Temer, em defesa de nossos direitos e de Eleições Diretas e Gerais JÁ!
No conjunto de trabalhadoras e trabalhadores do país, nós, mulheres, somos maioria entre o grupo em relações precárias de trabalho, sem proteção social, com os mais baixos rendimentos. Já somos a maioria em situação de desproteção social e a reforma da previdência proposta pelo governo usurpador eliminará as possibilidades de termos acesso à previdência e à proteção social, no presente e no futuro, no campo e nas cidades. Querem dificultar o acesso ao BPC (benefício de prestação continuada), ao auxilio-doença, ao auxilio defeso (para as pescadoras), à licença maternidade e à aposentadoria por invalidez.
A reforma trabalhista proposta por este governo ilegítimo e que segue em ritmo acelerado garantido por uma maioria de parlamentares comprometidos com os interesses privados e pelo uso da violência e da criminalização contra os movimentos sociais que contra ela protestam. A aprovação desta reforma significa a extinção da CLT e um enorme ataque ao movimento sindical. A violência é utilizada largamente para calar as lutas de populações indígenas e povos quilombolas e como instrumento para a expropriação de seus territórios. Este é, portanto, um governo a serviço da superexploração e da expropriação de povos e bens comuns.
Rejeitamos o Estatuto do Nascituro e propostas semelhantes que tramitam no Congresso Nacional. São propostas que visam criminalizar a prática do aborto seja quando a gravidez é resultante de estupro, quando representa risco de vida para a gestante ou nos casos de anencefalia. Querem defender a “vida desde a concepção” a partir de uma visão simplista que desconsidera os direitos das mulheres grávidas e a complexidade do processo de gestar, parir, criar filhos e filhas. Manipulam e falseiam informações numa demonstração de força e brutalidade machistas.
Resistiremos! No mundo inteiro e na América Latina as forças populares que reúnem feministas, agroecologistas, indígenas, negras, anarquistas e sindicalistas resistem. No Brasil não é diferente. O movimento feminista tem se levantado contra o discurso que se apropria da ideia de família, de ordem para promover higienização social. Essas políticas são retrógradas e representam retrocessos sociais irreparáveis. Temos conseguido vitórias e sairemos às ruas, apesar de toda a repressão imposta pelo governo contra nós!
TODO PODER AO POVO!
As mulheres param por Diretas e por Direitos!
#ForaTemer #EleiçõesGerais e #DiretasJá!