Dia Internacional de luta das mulheres, nesta terça, dia 8, no Recife

Ato unificado terá concentração no Parque 13 de maio, no centro do Recife 

Nesta terça-feira, Dia Internacional da Mulher, mais de trinta coletivos e movimentos sociais se reunirão no Parque 13 de Maio, no centro do Recife, para celebrar a data e, ao mesmo tempo, chamar a atenção da sociedade e do governo sobre os serviços públicos que não têm sido garantidos. Com o tema “É Pela Vida das Mulheres”, o ato terá concentração às 15h, onde serão feitas mais de dez rodas de diálogos sobre diversos temas que abrangem desde a esfera municipal à nacional, como saúde, violência, creche, conjuntura política, trabalho entre outros. De lá, às 17h, seguirão em marcha pelas ruas do Recife.

As principais temáticas inseridas do lema do ato serão saúde, violência contra as mulheres e precarização do trabalho. Os movimentos chamam a atenção para o fato de que a saúde da mulher em Pernambuco não tem sido priorizada. O governo do Estado e as prefeituras abandonaram as ações de prevenção e promoção à saúde da mulher. O número elevado de recém-nascidos com microcefalia também é resultado disso e ainda não está clara a política de assistência que o Estado garantirá a essas mães. Também aumentou o número de grávidas com sífilis e de contaminação pelo HIV.

Os movimentos denunciam que, nos últimos 10 anos em Pernambuco, vários serviços de saúde pioraram ou desapareceram: maternidades foram fechadas; unidades de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadoras estão sem infraestrutura; dificuldade de marcação de consulta nos Centros e Atenção Psicossocial (CAPS); aumento do número de comunidades sem Unidade Básica de Saúde; falta de atendimento adequado às mulheres vítimas de violência doméstica e sexual; falta de medicamentos e contraceptivos nas unidades de saúde.

Violência

As mulheres vão às ruas também para apontar o aumento dos casos de violência. Os dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS) demonstram que, no período de janeiro de 2003 a setembro de 2015, houve 1.177 internações de mulheres por agressão em Pernambuco. Desses, 80% residem na Região Metropolitana do Recife e no Sertão.

De acordo dados do Relatório Anual Socioeconômico da Mulher/2014 divulgados também em publicação eletrônica do SOS Corpo [Condições de vida das mulheres negras em Pernambuco],  “em 2012 [em nível nacional], a taxa de homicídio para a população feminina era de 4,6 mortes para cada 100.000 mulheres; sendo que, entre as mulheres de 20 a 24 anos de idade, a taxa observada era de 8,1. Além disso, no “balanço do Disque 180 referente ao ano de 2013, quase 60% das mulheres que buscaram esse serviço eram negras (dados informados no Relatório Anual Socioeconômico da Mulher/2014). A situação é ainda mais preocupante em relação às mulheres negras, pois segundo o Mapa da Violência 2015 – Homicídios de Mulheres no Brasil, da Flacso Brasil, entre 2003 e 2013, o número de homicídios aumentou 54%, enquanto o das mulheres brancas obteve uma diminuição de 10%. A pauta da precarização do trabalho vem à tona com a desigualdade, principalmente, em relação às mulheres negras, que chegam a receber 40% a menos do que um homem branco pelo mesmo trabalho, como aponta a pesquisa “Os Negros no Trabalho”, realizada pelo Dieese. As mulheres alegam que a maior parte dos postos terceirizados e mais precários são ocupados pelas negras, que além disso, ainda são as primeiras a serem demitidas e irem para o mercado informal.

Com informações da comissão de comunicação do ato unificado e do SOS Corpo

– Acompanhe a divulgação do ato unificado na imprensa de Pernambuco:

03/03 – Jornal do Commercio
03/03 – Folha de Pernambuco

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