Durante a terça, dia 11, Margaridas de todas as regiões do país chegaram e foram tomando conta do estádio Mané Garrincha. Nem mesmo o cansaço por conta dos longos deslocamentos e o clima frio da capital federal tiraram o ânimo e a energia das caravanas e delegações.
Foi com esta vibração que as atividades da 5ª Marcha das Margaridas começaram, num aquecimento para o grande momento que aconteceu na última quarta. O dia foi preenchido por conferências, painéis temáticos e espaços interativos.
Para Maria Emília Pacheco, presidenta do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), as mulheres podem reinventar a política. “Não há política pública universal sem a construção da diversidade. Por suas várias vozes, a Marcha das Margaridas tem uma plataforma inovadora”.
Na noite da terça, durante a solenidade de abertura, Alessandra Lunas (Contag) fez um resgate histórico da Marcha e a relação do movimento com os governos, culminando no apoio à eleição da primeira mulher presidenta do Brasil. Ela destacou também o tratamento que a questão de gênero vem ganhando nos planos de educação. “As Margaridas caminham pela preservação da democracia e pela voz do povo nas ruas. Por um país justo, soberano e igualitário entre homens e mulheres. Pedimos respeito ao povo. Ele sabe o que fez na eleição passada e não admitirá nenhum golpe”.
Verônica Santana, do Movimento da Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste (MMTR-NE), destacou o encontro de veteranas de outras Marchas com aquelas que estavam ali pela primeira vez. E ainda disse que “não é por falta de proposta política e unidade que não vamos avançar, porque nós temos isto”. A noite se encerrou com o discurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que fez um balanço sobre os avanços sociais conquistados nos últimos 13 anos, deixando também nas entrelinhas sua disposição em concorrer às eleições de 2018, dando continuidade ao projeto político atual.