A luta das mulheres negras por reparação
Neste dia da Consciência Negra, o SOS Corpo - Instituto Feminista para a Democracia, relembra o artigo de Rivane Arantes, “Racismo não é ‘mimimi’ de um ‘grupreto’. É um mal avassalador num país racializado e racista”, para animar o debate sobre reparação e democracia e nos preparar para a II Marcha das Mulheres Negras, que acontece em Brasília no dia 25 de novembro.
No próximo dia 25 de novembro acontece, dez anos depois, a Marcha das Mulheres Negras, em Brasília. A Marcha deste ano tem como mote “por reparação e bem viver”, denunciando os efeitos de séculos de racismo e exigindo reparação histórica pelo sofrimento causado às populações negras. Por isso, nós do SOS Corpo – Instituto Feminista para a Democracia resgatamos, neste 20 de novembro – Dia da Consciência Negra –, o artigo de Rivane Arantes: “Racismo não é ‘mimimi’ de um ‘grupreto’. É um mal avassalador num país racializado e racista”.
O texto é um convite à reflexão sobre a luta antirracista e a necessidade de destruirmos o mito da democracia racial brasileira, compreendendo que essa é uma responsabilidade de todas as pessoas que desejam um mundo com justiça. Afirmar que o racismo existe e está entre nós — porque ele está em tudo — é essencial para a construção de uma democracia que se responsabilize e se engaje na luta antirracista.
“Como nos chamam a atenção várias intelectuais e ativistas negras, interessa-nos mais a responsabilidade do grupo social branco do que sua culpa, porque enquanto a culpa paralisa o sujeito, a responsabilidade engaja na luta antirracista, na ação para além do sentimento, já que o racismo não precisa de intenção para ser uma lâmina nas vidas negras.”
O artigo foi publicado no livro de autoria coletiva Crítica Feminista Alargando a Democracia, lançado em 2023 pelo selo Edições SOS Corpo e organizado por Natália Cordeiro. A publicação reúne artigos de Analba Brazão, Carmen Silva, Maria Betânia Ávila, Natália Cordeiro, Mércia Alves, Rivane Arantes, Talita Rodrigues e Verônica Ferreira, que, a partir da análise crítica feminista, refletem sobre a democracia. Passados mais de 50 anos das primeiras críticas feministas à democracia, as discussões sobre seus limites seguem latentes e sendo feitas por uma diversidade de sujeitos. O livro busca contribuir para o alargamento desse debate, ao trazer uma pluralidade de temas abordados em diferentes estilos. O fio condutor das leituras é a democracia e a disputa por suas dimensões e sentidos diversos, amplos, largos, verdadeiramente democráticos.

Para ler o artigo na íntegra, baixe o livro:



