Por Milena Barroso (AMB)* e Lucas Milhomem
Aconteceu hoje pela manhã, dia 7 de maio, nas ruas de Altamira (PA), uma passeata que contou com a presença de vários movimentos sociais que atuam contra a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, maior construção em atividade hoje no Brasil (com investimentos na ordem de 30 Bilhões de reais).
A atividade foi marcada com a finalidade de protestar contra a concessão da última licença (conhecida como Licença de Operação, ou, L.O.) que está sendo avaliada pelo IBAMA e que permitirá ao Consórcio Norte Energia, responsável pelo empreendimento, começar as atividades da Barragem. Militantes de movimentos como os Atingidos por Barragens (MAB), Movimento de Mulheres, Igreja Católica, indígenas e o Movimento Xingu Vivo para Sempre (MXVPS) estiveram presentes.
Durante a passeata lideranças dessas entidades protocolizaram um documento na Justiça Federal de Altamira denunciando a obra e as condicionantes e compensações para os/as atingidos/as que ainda não foram cumpridas. “Belo Monte será a morte do Rio Xingu. O Governo precisa cumprir o que prometeu porque nós continuaremos a lutar pela população menos favorecida, por nossa cidade e região”, avaliou Antônia Melo, uma das lideranças do Movimento Xingu Vivo para Sempre.
(*) Articulação de Mulheres Brasileiras
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Agência Brasil – “Ao determinar a suspensão das obras de Belo Monte, o TRF1 considerou que houve descumprimento à determinação da Constituição Federal que obriga a realização de audiências públicas com as comunidades afetadas antes da autorização das obras.”
Belo Monte – os filhos da barragem
“Mais de cinco mil casas devem ser demolidas na cidade Altamira (PA), antes que o Rio Xingu seja barrado definitivamente. Cerca de três mil já foram abaixo. As ruas próximas à orla estão repletas de entulho de construção. A negociação para a demolição de outras duas mil casas prossegue entre os que vivem onde será o reservatório da usina de Belo Monte e a empresa que a está construindo, a Norte Energia. A casa onde vivia a conselheira tutelar Edizângela Barros foi demolida há dois meses.”