Mulheres de olho na violência

 

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Por Ludimilla Carvalho

 

Grupos de mulheres da Mata Sul de Pernambuco realizam ações de orientação e conscientização marcando o 25 de novembro, Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher

Nesta terça-feira (25) grupos de mulheres se organizam em atividades diversas para não deixar passar em branco o Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher. A data é mais uma oportunidade para refletir e reforçar o enfrentamento ao problema. Diferentes grupos que formam a Articulação de Mulheres da Mata Sul estão com ações programadas em seus respectivos municípios.

Joaquim Nabuco – Em Joaquim Nabuco, haverá atividades de conscientização sobre a questão da violência contra a mulher nas escolas, realizadas pelas integrantes do Centro de Mulheres de Joaquim Nabuco.
Elas também farão uma atividade de orientação voltada especificamente ao público feminino: uma palestra para expor estatísticas da violência no município e repassar informações sobre atendimento. Conforme explica Maria José Bezerra, militante do Centro, “as mulheres muitas vezes não sabem onde procurar ajuda, e ainda têm medo de denunciar as situações de violência”. A palestra será no Centro da Mulher de Joaquim Nabuco.

Serro Azul – O Grupo Vitória, de Serro Azul, optou por repetir a “pregação”: uma saída organizada das mulheres durante a noite ou madrugada, para colar cartazes com frases do tipo “Homem deixa de ser covarde” ou “Em mulher não se bate nem com uma flor”. Vale distribuir o material em muros, paradas de ônibus, praças, etc. O que importa é transmitir a mensagem de não-agressão.
“Saímos à noite, quando as pessoas estão dormindo, e no outro dia quando acordam… elas têm aquele impacto”, explica Maria José, que faz parte do grupo. Ela acrescenta que ano passado, a iniciativa teve boa repercussão.

Catende – Em Catende estão programadas duas palestras, ambas para esta terça-feira (25). Pela manhã, a conversa será no Alto da Jaqueira. À tarde, na EREM Mendo Sampaio. De acordo com as militantes do Centro de Mulheres de Catende, os casos de agressões entre adolescentes nas escolas também são frequentes no município. Nos dois espaços também haverá distribuição de material informativo sobre a violência contra as mulheres.

Água Preta – A Associação de Mulheres de Água Preta (AMAP) programou uma série de atividades, que não estão restritas ao dia 25. Já foram realizadas uma roda de conversa com o tema “mulheres negras e violência”, distribuição de panfletos, e também orientação sobre serviços de apoio e atendimento às mulheres vítimas de violência. Ainda estão programadas panfletagens como ação da campanha “Você Não Soube Me Amar Por Isso Decidi Ser Livre”, iniciativa que engloba os municípios que fazem parte da Articulação de Mulheres da Mata Sul. No próximo dia 01/12, a distribuição de panfletos nas ruas do município se repete. Um dos problemas enfrentados pela população de Água Preta é o baixo efetivo policial. Segundo Margarida da Silva, coordenadora da AMAP, recentemente um caso de estupro e um assalto no comércio ocorreram no mesmo dia, e havia apenas 4 policias do Gati (Grupo de Apoio Tático Itinerante) para atenderem às duas ocorrências. Água Preta conta com apenas uma delegacia de polícia (civil) e um batalhão da Polícia Militar.

Nenhum dos municípios que integram a Articulação de Mulheres da Mata Sul possui delegacia da mulher.

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