A Cidade como Território de Resistência é tema da próxima Ação Cultural Feminista do SOS Corpo

Marcado para acontecer no dia 29 de maio, a programação da Ação Cultural Feminista inclui debate com pessoas convidadas e lançamento de publicação das Edições SOS Corpo sobre o tema da mobilidade urbana. A ação se insere nas atividades em torno da celebração dos 10 anos do Ocupe Estelita.

Na próxima quarta-feira, dia 29 de maio, as resistências e enfrentamentos por uma outra cidade possível para as pessoas serão celebradas na Ação Cultural Feminista do SOS Corpo. A partir das 18h30, nossa sede estará de portas abertas para mais uma atividade cultural que, dessa vez, pretende colocar no centro do debate o direito à cidade, os processos de mobilização coletiva da ocupação do Cais José Estelita e os impactos que o Movimento Ocupe Estelita imprimiu para a luta urbana e sua grande relevância para o movimento social na cidade de Recife. 

Em maio de 2014, o anúncio da demolição ilegal dos galpões de açúcar no Cais José Estelita, num processo de especulação imobiliária com aval da Prefeitura e sem nenhum diálogo com a sociedade sobre um plano urbano para o terreno, desencadeou uma das mais expressivas mobilizações sociais que a cidade viveu e que influenciou a luta urbana no Recife e em outros lugares do Brasil. O Movimento Ocupe Estelita resistiu por 27 dias e teve conquistas importantes, como o Parque da Resistência Leonardo Cisneiros e unidades de habitação popular, além do ganho político que o movimento proporcionou, inaugurando um novo momento de forte resistência do campo popular frente às desigualdades e no enfrentamento a questões pungentes que ameaçavam e seguem ameaçando o direitos de todas as pessoas a acessarem e viverem a cidade de maneira digna. 

Para celebrar os 10 anos do Ocupe Estelita e refletir sobre os atuais contextos e desafios da luta urbana, a Ação Cultural Feminista do SOS Corpo terá como tema A Cidade como Território da Resistência, que conta com uma programação de debate e lançamento de livros sobre direito à cidade. 

Para a roda de conversa contaremos com as participações de Cris Gouveia, arquiteta urbanista e militante do Ocupe Estelita; Cléa Santos, militante da Rede de Mulheres Negras de Pernambuco e liderança do Espaço Mulher de Passarinho, que realiza todos os anos, o Ocupe Passarinho; e Jô Cavalcanti, da militante do Movimento dos e das Trabalhadores Sem Teto (MTST), movimento de luta por moradia através de ocupações urbanas. O debate será mediado por Mércia Alves, educadora e coordenadora colegiada do SOS Corpo. 

Lançamento de livro

A Ação Cultural Feminista vai marcar também o lançamento oficial da publicação Mulheres e Cidades: Injustiças territoriais, sexismo e racismo na mobilidade urbana, de autoria de Mércia Alves, resultante da sua pesquisa de doutoramento defendida em 2023 no Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da Universidade Federal de Pernambuco (PPGSS-UFPE). A publicação é um mergulho investigativo sobre a centralidade das desigualdades de gênero, raça e classe no espaço urbano, sobretudo, as interdições vivenciadas por mulheres negras em suas mobilidades cotidianas na cidade. 

O livro evidencia também as relações entre a organização territorial, as tensões provocadas pelos interesses capitalistas com as lutas por reforma urbana, bem como as mudanças na geografia das cidades ocasionadas pela especulação imobiliária, pelos interesses políticos que resultam no engendramento e a expulsão da população mais vulneráveis para territórios marginalizados e sem acesso às políticas públicas e direitos sociais como educação, saúde, assistência social, habitação, energia elétrica, água encanada, além do direito básico de ir e vir. Após o debate alguns exemplares serão distribuídos de maneira gratuita. 

SERVIÇO:

Ação Cultural Feminista – A Cidade como Território da Resistência

Debate e lançamento do livro: Mulheres e Cidades: Injustiças territoriais, sexismo e racismo na mobilidade urbana, de Mércia Alves. 

Dia 29 de maio (quarta-feira) 

Às 18h30

Sede do SOS Corpo – Rua Real da Torre, nº 593, Madalena – Recife.

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