#EspecialMargaridas: Acesso à internet e soberania digital das mulheres

Na tarde da terça-feira, 15 de agosto, no Pavilhão do Parque da Cidade, aconteceu a oficina temática “Mulheres do campo, das florestas e das águas entrelaçadas em redes livres: Acesso à internet e soberania digital”, dentro da programação da 7ª edição da Marcha das Margaridas, em Brasília. 

Oficina sobre acesso à internet e soberania digital faz parte da programação da Marcha das Margaridas 2023. Foto: Waninha Lyrio.

A geógrafa Lay Almeida, da Maria Lab, coletivo que atua na intersecção entre política, gênero e suas tecnologias, falou sobre o percurso físico e estrutural da internet, que conta com uma indústria responsável pelas muitas etapas que envolvem equipamentos, servidores, provedores e, entre outras coisas, cabeamento submarino que parte do norte global com complexidade e robustez mas, por interesse de dominação capitalista neoliberal, chega ao sul global de forma precária, sem atender a muitas pessoas, especialmente a comunidades rurais, indígenas e quilombolas.

Natália Lobo, da SempreViva Organização Feminista (SOF), que trabalha o trinômio feminismo, movimento social e transformação social, fez um paralelo entre a indústria da internet e a indústria agro, as quais nos deixam reféns de tecnologias de alto custo e que não podem ser reproduzidas, apontando que as tecnologias livres e acessíveis são fundamentais para a soberania alimentar e de comunicação de dados.

Lay Almeida, do MariaLab. Foto: Waninha Lyrio.

Débora Guaraná, militante feminista da Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB) e comunicadora do SOS Corpo, lembrou que para além da dificuldade de acesso e mercantilização dos nossos dados pelas Big Techs, ainda existem as dificuldades relacionadas a saber usar equipamentos de acesso à internet e identificar notícias verdadeiras e falsas, o que, junto com as questões já tratadas, apresenta um cenário tenebroso.

Contudo ainda há espaço para a luta política. No Brasil há o Comitê Gestor da Internet (CGI), que é um dispositivo de regulação social importante e que deve ser ocupado por mais mulheres, sobretudo rurais, indígenas e quilombolas, com vistas a garantir uma internet inclusiva e soberana, que possibilita o acesso a outros direitos.

Déborah Guaraná, comunicadora do SOS Corpo, foi uma das facilitadoras do debate. Foto: Waninha Lyrio.

📌 A eleição para o CGI acontece dia 22 de agosto e você pode buscar mais informações no site cgi.br.

Texto de Pétalla Menezes (FMPE) e fotos de Waninha Lyrio, para a Cobertura Colaborativa de Comunicação Popular da AMB na Marcha das Margaridas 2023.

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