#ElasFicam Alerta de Violência Política de Gênero e Raça

Campanha Nacional da Frente Feminista Antirracista com Participação Popular mobiliza apoio às seis deputadas perseguidas pelo PL de Jair Bolsonaro e o Centrão de Arthur Lira

Nunca foi, desde o império, característica do Legislativo representar a diversidade da população brasileira. O colonialismo instalou o patriarcado e o racismo; a organização popular, o movimento de mulheres e a interseção com as questões de raça e classe trataram de qualificar o debate político na Câmara de Deputados a cada legislatura. Por isso, a violência política de gênero e de raça segue tentando cassar mandatos e impedir o acesso de mulheres a cargos de poder e decisão. Não conseguirão!

Seis mulheres eleitas deputadas federais em 2022 estão, neste momento, com os mandatos ameaçados no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados por conta da atuação política em favor dos povos indígenas e da preservação do Brasil. Cerca de 1 milhão de votos em quatro Estados da Federação e no Distrito Federal e a soberania popular como Causa Pétrea da Constituição Cidadã estão em risco, novamente.

É tarefa nossa denunciar a manobra violenta do Partido Liberal, legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro, inelegível até 2030 por abuso de poder político, com apoio do presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) e setores da Câmara. No atual momento social e político de reconstrução de País, não é cabível que deputadas federais democraticamente eleitas sofram ameaça de cassação sem justa causa. No caso em questão, não há – sob qualquer aspecto – quebra de decoro parlamentar. O nome disso é violência política de gênero e de raça! 

No Brasil, apesar de ser tipificada como crime desde agosto de 2021, a prática acontece de várias formas, em diversos níveis e contextos. Por isso, a Frente Parlamentar Feminista Antirracista com Participação Popular, ao lado de 20 organizações da sociedade civil com atuação nacional, promove a Campanha Nacional Contra a Violência Política de Gênero e Raça.

O ato de lançamento reúne mulheres de todo o Brasil e vai acontecer, nesta terça-feira (4), na entrada do Anexo II da Câmara dos Deputados, em Brasília. O objetivo é sensibilizar parlamentares e a opinião pública sobre a ameaça constante à democracia que representam a misoginia e a violência política de gênero e raça no Brasil.

Todo apoio às deputadas Célia Xakriabá (PSOL-MG), Erika Kokay (PT-DF), Fernanda Melchionna (PSOL-RS), Juliana Cardoso (PT-SP), Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e Talíria Petrone (PSOL-RJ). Estamos juntas!

E, infelizmente, essa realidade se manifesta em todo o território nacional, fazendo das câmaras, assembleias legislativas, prefeituras, conselhos e outros espaços e agremiações políticas em que se discute questões de gênero e raça, palcos de ameaças, agressões, microfones cortados, assédios, exposição de familiares, fake news, exposição de intimidade,  e outros atos violentos.

Num Brasil que demorou séculos para reconhecer o voto às mulheres, consentiu o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff (PT) e não sabe – até agora – quem mandou matar a vereadora Marielle Franco (PSOL), o que a sociedade civil organizada oferece, com a Campanha Nacional Contra a Violência Política de Gênero e Raça, é a certeza de que democracia é substantivo feminino e, para acontecer, é necessária a presença plena de mulheres. 

A campanha #ElasFicam constrói – impulsionada pela atuação em rede de organizações que atuam na promoção e garantia dos direitos humanos – articulações, incidência, possibilidades de enfrentamento e um trabalho de mapeamento de casos de violência política de gênero e raça no Brasil.

Serviço:

O que: Lançamento da Campanha Nacional Contra a Violência Política de Gênero e Raça.

Quando: terça-feira (4), a  partir das 14h.

Onde: a entrada do Anexo II da Câmara dos Deputados.  

Quem: Frente Parlamentar Feminista Antirracista com Participação Popular ao lado de 20 organizações da sociedade civil.

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