Debate sobre Regulação das Plataformas e Futuro da Internet movimenta noite no SOS Corpo

Na noite desta terça-feira (13), o SOS Corpo Instituto Feminista para a Democracia realizou o debate público A Luta por Democracia na Era Digital – Discutindo a Regulamentação das Plataformas e o Futuro da Internet no Brasil. Tivemos um momento muito rico de conversa sobre as desigualdades que a tecnologia aprofunda e os novos problemas políticos impostos pelo avanço do capitalismo a partir de sua forma digital. 

Nataly Queiroz, Eduarda Nunes e Guaraná (respectivamente), convidadas para o debate. Participantes do debate na foto oficial do evento. (Foto: Fran Ribeiro/SOS Corpo)

Para o debate convidamos Eduarda Nunes, da Rede de Mulheres Negras de Pernambuco; Nataly Queiroz, do Intervozes; e Guaraná, comunicadora do SOS Corpo e militante feminista da Articulação de Mulheres Brasileiras.

A proposta de regulação das mídias digitais foi esmiuçada em detalhes e as debatedoras explicaram as posições do movimento sobre alguns pontos polêmicos, como ampliação da imunidade parlamentar e a Anatel como órgão regulador. Conversamos também que, diante da importância do jornalismo independente para a pluralidade que enfrente os “grandes desertos de notícias” (regiões onde não há notícias sendo produzidas localmente) e as vozes silenciadas, é muito importante que conteúdo jornalístico seja remunerado – com a devida problematização: que seja remuneração de jornalistas e não de empresas. 

Elas alertaram para alguns problemas referentes à retaliação das plataformas no Brasil e no mundo, exemplificando a pressão imposta pelas redes ao governo canadense, quando o Google, fugindo de sua responsabilidade social, simplesmente deleta notícias de jornais canadenses de seus resultados de pesquisa. 

O debate deu ênfase ainda para a importância da transparência na atuação das redes sociais, por exemplo, na forma como recomendam conteúdo, que critérios usam para retirar postagem do ar, quais cuidados tem com conteúdo criminoso, violento, que fere a saúde mental de crianças e adolescentes. O modelo de negócios das plataformas precisa ser trazido à luz do dia!

Participantes do debate na foto oficial do evento. (Foto: Talita Rodrigues/SOS Corpo)

E fomos um pouco além disso: por que a regulamentação brasileira das redes digitais no Brasil não prevê a criação de redes próprias, públicas e isentas, investimento para desenvolver tecnologia e indústrias brasileiras?! Trouxemos o debate para os termos em que as plataformas devem ser enquadradas: como relações sociais! As plataformas têm aliados de peso no Congresso e estão usando todo o poderio econômico contra o debate democrático. 

A Democracia sobreviverá a essa tentativa de erosão por parte das BigTech? Essa é uma questão que continuaremos tratando! 

Assista abaixo o debate, que foi transmitido ao vivo:

Acompanhe em nosso site e nas nossas redes os debates, indicações de leitura e atividades promovidas pelo SOS Corpo e suas parceiras e aliadas de luta, como a Rede de Mulheres Negras de Pernambuco, o Fórum de Mulheres de Pernambuco, Intervozes, Coalizão Direitos na Rede, Fórum Nacional de Democratização da Comunicação.

Texto: Débora Guaraná

Revisão: Fran Ribeiro

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