Relatório Sementes 2021 aborda a situação de defensoras de Direitos Humanos no Brasil

A partir de testemunhos de experiências de enfrentamento à Covid-19, o relatório do Projeto Sementes de Proteção apresenta diferentes pontos de vista de defensores e defensoras de direitos humanos sobre a pandemia de covid-19.

Lançado no final do mês de fevereiro de 2022, o Relatório Sementes 2021 Situação dos/as defensores/as de direitos humanos no Brasil – Testemunhos de experiências de enfrentamento à covi-19 é o resultado de uma iniciativa de organizações como a ABONG – Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais; a Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH/MNDH); e a We World GVC Onlus, proponentes do Projeto Sementes de Proteção de Defensores/as de Direitos Humanos.

O Relatório conta com registro de 33 experiências de defensoras e defensores de um amplo espectro de organizações que atuam no cotidiano da luta no campo dos direitos humanos no Brasil. Cada militante, além de se apresentar, respondeu cinco questões estruturadas em entrevista, apresentando memórias e narrativas que atravessam cada pessoa nesses dois anos de pandemia. 

O objetivo do Relatório – o primeiro de uma série de três edições anuais – é dar visibilidade à atuação dos/as defensores/as de direitos humanos, apontar os riscos e as possibilidades, fortalecer sua atuação e colaborar para o avanço da luta e da causa dos direitos humanos. 

A socióloga e educadora do SOS Corpo, Carmen Silva foi uma das militantes que participou do Projeto. Carmen é natural de São Luís, capital do estado do Maranhão, mas mora em Recife há quase 20 anos. Militante desde os 14 anos de idade, já atuou em diferentes movimentos dentro do campo dos direitos humanos, desde atuação nas lutas sociais, políticas, da classe trabalhadora, do povo preto, das populações periféricas e das mulheres. 

Segundo a educadora, a luta de resistência e o enfrentamento às violações dos direitos humanos no contexto da pandemia Covid-19 teve várias características, a começar pelo recrudescimento das desigualdades e os impactos emocionais que desestabilizaram uma quantidade significativa de militantes. Enfrentar a pandemia no meio de um governo federal negacionista, autoritário, de tendências fascistas e que promoveu um genocídio, de acordo com Carmen, por si só, é relevante. 

“Desde a sobrevivência – e aí a gente viu muitas ações de solidariedade voltadas para isso – até o crescimento da capacidade de articulação entre uma diversidade enorme de movimentos, ONGs, partidos, sindicatos para fazer pressão sobre os poderes públicos, seja no sentido de retomada de direitos que estavam sendo ou violados ou destituídos, mas também no sentido de derrubar o governo”, destacou Carmen Silva. 

Para a militante, “lutar contra este governo de características fascistas é a principal forma de defender os direitos humanos no país”. 

Baixe agora e leia o relatório na íntegra >> Relatório Sementes de Proteção 2021

O projeto conta ainda com a parceria de organizações associadas como a Articulação para o Monitoramento dos Direitos Humanos (AMDH); a  Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT); Comissão Pastoral da Terra (CPT); do Conselho Indigenista Missionário (CIMI); e do  Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH).

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