Na edição do programa Conexão UFPE, da Rádio Universitária FM, que abordou o marco dos 90 anos da conquista do voto feminino no Brasil, Carmen Silva, socióloga e educadora do SOS Corpo foi uma das convidadas para discutir representatividade e a participação das mulheres na política brasileira.
O programa apresentado pela jornalista Ariana Pacheco contou também com a presença de Alexciane Lima, mestre em Políticas Públicas pela UFPE e doutoranda em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Foi em 1932 que as mulheres conquistaram o direito de participar da vida política através do pleito, 400 anos depois desde a primeira vez que foi realizada uma eleição no Brasil. Para Carmen Silva, essa lacuna no tempo histórico que marca a ausência das mulheres nos processos eleitorais, seja na condição de eleitoras ou na condição de candidatas, é consequência do poder patriarcal na formação social brasileira.
“Isso ocorreu na nossa história, porque nós temos no Brasil uma formação social profundamente patriarcal. A gente vive ainda hoje, mas era muito mais forte, naquele tempo, o domínio dos homens sobre as mulheres em todas as dimensões da vida social. Na política não seria diferente, até porque é um espaço onde se estabelece com mais força as possibilidades do exercício do poder. A representatividade política permite o exercício do poder. E se o domínio dos homens é muito grande hoje sobre diferentes aspectos da vida das mulheres, imagina como era em 1932. Essa é a principal causa”, destacou a educadora do SOS Corpo logo no início da entrevista.
Carmen explicou ainda como a própria construção do Estado brasileiro, que de uma colônia escravocrata passa para o Império sem uma ruptura com o período colonial; na sequência se torna uma República através de um golpe militar, que passam a comandar um Estado autoritário, que se baseia tanto numa visão capitalista colonialista, como também numa visão escravocrata e patriarcal, contribuiu para a impossibilidade de participação política das mulheres durante o período.
“Logo, as mulheres como sujeito político na construção dessa nação, não tinham reconhecimento público. Isso se configura também como um porquê de termos ficado tanto tempo sem votar e sem poder ser votada”, explicou a socióloga.
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