A tragédia sanitária no Brasil agrava rapidamente as desigualdades e leva a população a uma crise gigante: sem serviço de saúde, sem trabalho e sem comida.
Fonte: Boletim PAD – Processo de Articulação e Diálogo
O Governo Bolsonaro desde o início da pandemia do Covid-19 tentou minimizar os seus possíveis efeitos, chamou de gripezinha, tentou impedir as iniciativas de lockdown, o uso de máscaras e não negociou a compra de vacinas para imunizar a população.
Ao longo dos últimos 12 meses o presidente tem dado declarações nas quais busca minimizar os impactos da pandemia da Covid-19, que já deixou 337 mil mortos no Brasil. Bolsonaro também distribuiu remédios ineficazes contra a doença, incentivou aglomerações, atuou contra a compra de vacinas, espalhou informações falsas sobre a Covid-19 e fez campanhas de desobediência a medidas de proteção, como o uso de máscaras.
Os mais atingidos foram abandonados à própria sorte, já que não foram realizadas políticas públicas que pudessem amenizar o impacto na vida dos mais pobres. Com auxílios emergenciais tardios e insuficientes para evitar a insegurança alimentar, cresce o número de brasileiros abaixo da linha da pobreza, o desemprego e a crise aumenta rapidamente.
A crise política
O fracasso da política econômica no Brasil aumenta com o aprofundamento da crise política. Depois das mudanças promovidas por Jair Bolsonaro nos ministérios e nas Forças Armadas, se instalou uma crise política no país. Essa turbulência política tem ofuscado a crise sanitária causada pelo novo Coronavírus.
Jornais de todo o mundo chamaram atenção para troca de comando nas Forças Armadas, além de noticiar descontrole da pandemia de covid-19. Com duras críticas, a imprensa mundial analisa que a democracia no Brasil também está em risco.
“Bolsonaro não conseguiu impedir a covid-19. Agora, pode estar mirando a democracia” foi o título do artigo de opinião publicado pelo jornal americano Washington Post.
Em meio a “um dos piores picos de infecções por covid-19 que o mundo já viu”, disse o diário:
“não há fim para a onda à vista: graças à impressionante incompetência do presidente Jair Bolsonaro e seu governo, apenas 2% dos brasileiros foram totalmente vacinados e as medidas de lockdown necessárias para frear novas infecções, incluindo de uma variante virulenta que surgiu no país, são praticamente inexistentes”.
Pandemia em descontrole
O aumento de casos e óbitos não param de crescer, ontem, terça-feira, seis de abril, o Brasil bateu, mais uma vez, recorde no número de mortes pela covid-19. Em 24 horas, foram 4.211 óbitos em todo o país. A primeira vez que o índice supera a casa de 4 mil. O total de óbitos pela doença ultrapassou 337 mil nesta terça-feira. O levantamento é do consórcio de veículos de imprensa, com base nos dados fornecidos pelas secretarias estaduais de saúde.
O Boletim Extraordinário do Observatório Covid-19, divulgado também na terça-feira pela Fiocruz, alertou que:
a pandemia poderá permanecer em “níveis críticos” no país ao longo do mês de abril, “prolongando a crise sanitária e colapso nos serviços e sistemas de saúde nos Estados e capitais brasileiras”.