Feminismo para combater o fanatismo
O feminismo e auto-organização entre mulheres é essencial para combater o fanatismo religioso. Precisamos opor ao fundamentalismo nossas experiências feministas de transformação feita por mulheres que criam territórios de resistência e empatia, que criam territórios de solidariedade e proteção.
Nós mulheres, temos nossas experiências feministas e de transformação feita por mulheres em diferentes organizações que criam territórios de resistência e empatia, que criam territórios de solidariedade e proteção.
Ao longo das últimas décadas, no Brasil e em toda América Latina, o fundamentalismo religioso ganhou força como uma ideologia, como uma perspectiva absolutamente conservadora e ganhou força também no poder organizado. Se consolida como uma força política e também uma força econômica. Esse poder fundamentalista organizado possui doutrinas estratégias, possui instituições ao seu serviço e formas de recrutamento e associação com forças armadas, como a milícia e possui grandes conglomerados de comunicação. É um poder fortemente organizado.
Eles usam de uma presença cada vez mais forte no Estado, nos municípios ao governo federal, nos parlamentos e nos territórios. Em associação com outros poderes igualmente não democráticos, utilizam a violência, a censura e hoje essa força política está articulada com as forças neoliberais. São base do atual projeto de poder – o golpe no Brasil em 2016 é um resultado da associação destas forças -, a ascensão de Bolsonaro é um resultado da articulação dos fundamentalismos com as milícias com o neoliberalismo e de um ideário como a teologia da prosperidade, que é uma forma de expressão do fundamentalismo, que tem uma forte vinculação com o neoliberalismo e que prega um individualismo e uma concorrência exacerbada, inclusive nas situações mais dramáticas de vida. Esse poder político tem crescido nos territórios pelo profundo contexto de insegurança social, subjetiva e de violação de direitos, provocadas pela articulação destes mesmos poderes hoje no poder. Os fundamentalismos aprofundam nos territórios práticas racistas, machistas e violência.
O enfrentamento aos fundamentalismos é uma necessidade urgente de levar à diante uma batalha ética contra os desvalores, contra o irracionalismo, contra o negacionismo, contra o racismo, contra a misoginia, contra a trans-lesbo-bi-fobia que estes setores defendem como sua estratégia de ascensão ao poder. Nessa batalha ética, nos precisamos opor ao fundamentalismo nossas experiências, feministas e de transformação feita por mulheres em diferentes organizações que criam territórios de resistência e empatia, que criam territórios de solidariedade e proteção.