A apropriação do tempo de trabalho é uma dimensão fundante e permanente da organização social capitalista. Articulado com os sistemas racista e patriarcal, o trabalho produtivo do capitalismo é uma dimensão central e determinante na organização e nas dinâmicas da vida cotidiana. Ao longo das últimas duas décadas o trabalho produtivo tem caminhado para um contexto de aprofundamento da precarização dos empregos, do desmonte dos direitos trabalhistas e de fórmulas tidas como “modernas”, mas que reforçam o trabalho como único e exclusivamente gerador de mais-valia.
O home office, ou o trabalho de escritório, mais uma estratégia do sistema dominante para destituir os direitos das classe trabalhadora, esconde realidades díspares e desiguais e uma forma cruel, amplamente denunciada pelo movimento feminista ao longo de sua história recente. Além da superexploração das/os trabalhadoras/os, o home office amplia a divisão sexual e racial do trabalho, imprimindo uma lógica de desresponsabilização e de negação dos direitos da classe trabalhadora, inclusive o direito de ter tempo para viver uma vida mais humanizada.
Essas questões, discutidas no artigo Tempos modernos? Trabalho das mulheres em pandemia, produzido por nós para a coluna Baderna Feminista – uma parceria entre o Outras Palavras, SOS Corpo e CFEMEA -, serão debatidas na próxima quinta-feira (14), às 17h, na transmissão ao vivo que faremos em nosso perfil no Instagram (@soscorpo.feminista), com Maria Betânia Ávila e Fran Ribeiro. Não perca!
A transmissão faz parte das ações do Centro Cultural Feminista, um espaço do SOS Corpo para reflexão ideológica, política e cultural por diferentes linguagens e agora, meios de comunicação. O #CCF é um espaço de articulação e de fomento a construção de conhecimento coletivo, aberto à militância de movimentos sociais e do feminismo, à ativistas das causas sociais mais diversas, mulheres e homens que fazem política e artivismo.