“Nós temos que ter a consciência de que nós temos que respeitar a nossa ancestralidade”

Aurenice Lins, também conhecida como Mãe Nice da Jurema, é liderança há 41 anos do Centro Espírita Força Espiritual, Casa de Umbanda localizada no Ibura de Baixo, em Recife.  Integrante da Rede de Mulheres de Terreiro de Pernambuco, a religiosa participou da roda de diálogo As implicações do conservadorismo, das ideias fascistas e fundamentalistas na vida das mulheres – Vivências, Existências e Resistências dos corpos políticos das mulheres, realizado no dia 12 de julho durante a programação do curso Caleidoscópio – Corpos Livres, Estado Laico.

A umbandista denunciou o avanço do fundamentalismo, que ganhou proporções maiores após o golpe político-institucional-midiático contra a ex-Presidenta Dilma Rousseff, intensificando os casos de violência e intolerância religiosa contra praticantes de religiões de matrizes africanas e matrizes indígenas.

Para Mãe Nice, que já teve sua casa invadida pela polícia e até hoje é alvo de discriminação por praticantes das religiões neopentecostais, os terreiros, lugares que historicamente acolhem mulheres, pobres, pessoas LGBTQIA+ e outras excluídas pelo sistema dominante, estão a cada dia mais vulneráveis por conta da perseguição religiosa influenciada pela política ultradireitista e neofascista em curso no Brasil. 

Mãe Nice da Jurema durante o Caleidoscópio 2019.

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