[PODCAST] Violência sexual e a culpabilização da vítima: até quando?

No episódio #21 do Podcast Coronavírus em Xeque, o Programa Fora da Curva trouxe para a discussão o tema: Violência sexual e a culpabilização da vítima. Até quando?

O episódio conversou com a holandesa Zahira Mous, a primeira vítima a denunciar publicamente os abusos sofridos pelo médium João de Deus; com a socióloga e pesquisadora do SOS CORPO, Carmem Silva, que fala sobre a origem da culpabilização das vítimas de abuso sexual na sociedade; Ouviu a consultora das organizações internacionais e responsável pelo relatório que indicou o aumento de casos de abuso infantil durante a pandemia, Débora Aranha.

O programa ainda contou com a participação da advogada, ativista e Deputada estadual Robeyoncé Lima, sobre os direitos das mulheres que sofrerem abusos e como os ataques fundamentalistas tem afetado o acesso à lei; com o médico obstetra e diretor do CISAM, Olímpio Moraes, que falou sobre a necessidade de dar apoio as mulheres vítimas que sobre os casos de abortamento previstos em Lei. O episódio ainda conta com as participações de Rayane Lins, integrante da Frente Evangélica; e com Bárbara Pereira militante feminista do Fórum das Mulheres de Pernambuco.

A cada quatro horas, uma menina de até 13 anos é estuprada no Brasil, de acordo com os dados levantados pela BBC Brasil a partir do Sistema de Informações Hospitalares do SUS.

No último dia 16 de agosto, uma criança de 10 anos, grávida, chegava ao CISAM, no Recife, para interromper legalmente sua gestação, resultado de uma série de abusos sexuais sofridos durante quatro anos. Em frente ao centro médico, estavam dezenas de integrantes de organizações católicas e parlamentares fundamentalistas tentando impedir o procedimento autorizado e garantido judicialmente.

Além da brutal violência que sofreu, a criança teve que lidar com a exposição que seu caso tomou, principalmente desses movimentos extremistas que coagiram sua família e justificaram a violência com base em fundamentos bíblicos. Mas essa realidade de culpabilização da vítima, infelizmente, não é incomum e possui raízes históricas.

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